O velório e o sepultamento do missionário brasileiro Francisco Antônio Chagas Barbosa, que foi assassinado a tiros e teve o seu corpo carbonizado em Nairóbi, no Quênia, será no Brasil. A informação foi confirmada pelo Nilson Cezar, um dos diretores da Missão Cristã Mundial, organização pela qual o pastor prestava serviços.
“Seu carro foi visto por volta das 21h, sendo dirigido em alta velocidade, aparentemente, por um grupo de jovens quenianos. Infelizmente, ele já passou por uma situação semelhante em outra ocasião.”, disse a igreja.
Francisco Barbosa morava no país da África Oriental desde 2011. O pastor estava desaparecido desde a última quarta-feira (7), após sair para ir ao supermercado. De acordo com Nilson Cezar, a organização e familiares esperam o resultado do DNA para só depois organizarem o velório e sepultamento.
Segundo a esposa do pastor, Franciane Barbosa, ele foi morto a tiros dentro de seu carro por dois homens. Após o crime, os criminosos atearam fogo no veículo e o corpo da vítima foi carbonizado. A Embaixada do Brasil no Quênia informou à família que o assassinato foi flagrado por câmeras de segurança.
"Ele deixa um legado ímpar em missões. Seu trabalho alcançou crianças, viúvas, povos que lutavam contra a fome e a sede. São incontáveis as sementes deixadas, bíblias distribuídas e vidas que foram salvas pelo Senhor por conta de sua dedicação à obra. Agradecemos a todos que se mobilizaram em oração nos últimos dias. Continuem em intercessão para que o Senhor console sua família e amigos neste momento.'', afirmou Franciane.
Francisco era natural de Varjota, município do Ceará que fica a cerca de 220 quilômetros de Fortaleza. Ele fazia missões no país africano desde 2011. A primeira vez foi a convite de um pastor amigo. O missionário deixa esposa e uma filha que moravam com ele no Quênia.
Segundo relatos, Francisco Barbosa já havia sofrido outros episódios de violência, no Sudão do Sul e no Quênia. No mais recente, que ocorreu há cerca de três anos em Nairóbi, capital do Quênia, ele ficou em cárcere por cerca de seis horas e foi espancado.
"A Polícia foi informada desse segundo. Apanhou muito, mas liberaram ele, que ficou bastante machucado. Inclusive, ele mancava de uma perna por causa disso. Mas, ele seguia firme no chamado, cuidando de viúvas, órfãos e refugiados das guerras dos países próximos. Fazia um trabalho excepcional", disse o diretor Nilson Cezar ao G1.
Ainda conforme Nilson Cezar, esse tipo de ataque não é tão incomum, já que o trabalho de missionários apresenta riscos. Segundo ele, ainda não se sabe sobre a motivação exata do crime, as investigações continuam.
"Principalmente em zonas de conflitos. O trabalho da MCM é ir nos confins da terra. Temos essa perspectiva de realmente ir em áreas que são conflituosas", disse ao G1.