A modelo brasiliense Flávia Tamayo, de 20 anos, eleita Miss Bumbum Distrito Federal, também passou pelas mãos do médico Denis César Barros Furtado, de 45, conhecido como "Doutor Bumbum. A jovem conta que pagou R$ 40 mil para que o médico fizesse o procedimento de bioplastia em suas nádegas e coxas. Mas antes de começar, ele bebeu junto com ela, vinho e espumante.
— Conheci o Denis pelas redes sociais. Ele é muito bombado e a informação que eu tinha é que ele estava legalizado e autorizado para fazer esse tipo de procedimento. No Dia das Mães, ele fez uma promoção e eu aproveitei para conseguir pagar um valor mais barato. Lembro que levei R$ 20 mil em espécie para ele e a outra metade eu transferi para a conta da namorada dele (Renata Fernandes). Não recebi nenhum tipo de comprovante, mas eu estava tão nervosa para fazer logo o procedimento que nem me dei conta disso — conta Flávia.
Ainda segundo a Miss Bumbum, todo o procedimento nas nádegas e coxas foi feito em três sessões na casa de Denis, em um condomínio no Lago Sul de Brasília.
— A mãe e a namorada dele estavam na casa. É uma grande mansão e eles sempre demostram muita simpatia. Lembro que cheguei por volta do meio-dia e só fui atendida às 20h. Durante esse tempo, eles botam música e até oferecem vinho e espumante. Até o Denis bebeu e foi mais do que eu. Achei estranho, mas estava focada no procedimento — relembra Flávia.
— Levei minha mãe comigo para que ela ficasse de olho no que ele estava aplicando em mim. O problema é que mesmo anestesiada, sofri muito durante a aplicação. Cheguei a pedir para ele parar e tentar marcar em uma clínica para que eu pudesse tomar uma anestesia mais forte. No primeiro momento, ele disse que tentaria marcar a próxima sessão em uma clínica, mas no dia combinado ele informou que não conseguiu e voltei para a casa dele. Cheguei a ter febre depois e a dor é tão grande que a gente fica com dificuldade até para andar.
Flávia, que está vivendo em São Paulo, conta que tomou um grande susto ao ver que o médico estava envolvido na morte da bancária Lilian Calixto.
— Fiquei chocada com tudo isso que aconteceu. Se esse caso não tivesse acontecido, provavelmente eu teria feito outras aplicações do produto com ele. A gente precisa pesquisar mais sobre esses profissionais antes de se submeter a uma intervenção estética — alerta.
Entenda o caso
Lilian Calixto saiu de Cuiabá, no Mato Grosso, para realizar um procedimento estético nos glúteos no sábado, dia 14, segundo seu enteado. Após a intervenção plástica na cobertura de Denis, de acordo com a família da vítima, a mulher passou mal e precisou ser atendida no hospital Barra D'or, também na Zona Oeste do Rio, mas não resistiu.
Após dar entrada no hospital, o quadro clínico de Lilian piorou. Ela passou por quatro paradas cardiorrespiratórias, sendo que na última não respondeu às tentativas de ressuscitação. A morte da bancária foi constatada por volta das 1h12 do domingo. Ainda segundo o depoimento, no mesmo dia da internação, o médico recolheu os pertences da paciente (um anel de prata com pedra, uma aliança dourada, um anel de prata, um cordão prata com pingente, uma blusa de manga, uma blusa de alças, um par de tênis e um sutiã) e se retirou do hospital.
Titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), a delegada Adriana Belém, informou que o médico tem oito anotações criminais, uma delas por homicídio em 1997, além de porte ilegal de arma, crime contra administração pública, exercício arbitrário das próprias razões, ameaça, violação de domicílio e duas por resistência à prisão.
A Justiça decretou a prisão temporária de Denis, Maria de Fátima e Renata pelo crime de homicídio qualificado e associação criminosa.
Quem tiver qualquer informação a respeito da localização de Denis e Maria de Fátima, pode enviar uma mensagem de texto, vídeo ou foto para o aplicativo de mensagens do WhatsApp do Portal dos Procurados (21) 98849-6099, ou pode entrar em contato com a Central Disque-Denúncia pelo número (21) 2253-1177. O Anonimato é garantido.
O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) informou que faz fiscalização de rotina em unidades de saúde e que checa denúncias que chegam ao conselho. O Cremerj pede que a população denuncie casos como o do médico Denis Furtado.