Presa na noite de segunda-feira (1º), quando chegava na rodoviária do Rio, Agnolha Lúcio da Silva, de 24 anos, contou que queria tentar a carreira de modelo em São Paulo, quando saiu da Paraíba aceitando transportar um material ?desconhecido?. O que a polícia encontrou com ela foi uma pedra de 1 kg de crack em estado bruto.
?Aceitei por necessidade. Não sabia o que era, não abri a bolsa. Me falaram que eram remédios que não eram vendidos em farmácia. Mas tratei com as pessoas por telefone, não sei quem são?, afirmou ela, na Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae), a poucos quilômetros de onde foi presa.
Maquiagem e escova
Antes de ser apresentada pela polícia, enquanto a imprensa a aguardava, Agnolha se arrumava no banheiro. Depois de 15 minutos, ela chegou maquiada e com cabelos escovados.
?Antes eu não trabalhava. Me separei há um ano e fiz umas fotos há nove meses para uma agência lá?, disse ela, mãe de um filho de 8 e uma menina de 6 anos. Sem ainda ter feito sequer uma campanha publicitária, ela afirmou ainda que acreditava que poderia tentar carreira no eixo Rio-São Paulo.
Garota de programa
Segundo as investigações, que começaram há três meses, ela teria vindo para a Região Sudeste a mando de um homem preso na Paraíba. De lá, ela teria seguido de ônibus para São Paulo, onde pegara a droga que trazia para o Rio.
De acordo com a polícia, ela estava trabalhando há um mês como garota de programa em São Paulo. Questionada sobre o assunto, no entanto, Agnolha abaixa a cabeça em silêncio. Não nega nem confirma.
"Começamos as investigações há três meses na tentativa de inibir a entrada de armas e drogas no Rio. Essa quantidade de droga custa cerca de R$ 15 mil da maneira como foi encontrada e pode render até R$ 50 mil no varejo", explica a delegada Márcia Becker, responsável pelas investigações.