A Secretaria Estadual de Saúde prometeu rigor nas investigações sobre a morte de uma dona de casa , neste sábado (7), no hospital Getúlio Vargas, na Penha, subúrbio do Rio. Verônica Cristina do Rêgo Barros, de 31 anos, tinha um coágulo no lado esquerdo do cérebro, mas foi operada do lado direito.
O diretor César Fontes Rodrigues e o superintendente da Secretaria Estadual de Saúde, Maurício Plotkowski, conversaram com os parentes da paciente. Até o fim da manhã a família de Verônica permaneceu no hospital em busca de informações. Eles chegaram a colar um cartaz em uma das entradas da unidade, pedindo justiça.
Queda no banheiro
Verônica sofreu uma queda em casa domingo passado e deu entrada no hospital na segunda-feira (2), com um coágulo no lado esquerdo da cabeça. No mesmo dia foi submetida a uma cirurgia. O diretor confirma a versão da família: a operação foi feita no lado direito, e três dias depois verônica voltou a ser operada, desta vez do lado certo. A direção do hospital informou que já está apurando o caso.
?Estamos levantando as circunstâncias da cirurgia, quais foram os problemas que ocorreram, se houve falha médica, se houve erro médico ou não, está sendo levantado, a partir de todos os dados levantados, esperamos concluir isso dentro de um ato de sindicância instaurado já?, disse o diretor César Fontes Rodrigues.
Médicos afastados
O diretor do hospital disse ainda que o médico responsável pela cirurgia e o chefe da equipe de neurocirurgiões foram afastados do cargo até o fim da sindicância. Mas eles ainda não foram ouvidos.
?Se comprovado erro medico, vai ser julgado pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj) e pode ter a pena máxima que é a cassação do diploma?, afirma o superintendente Luís Maurício Plotkowski.
Através da sindicância, o Cremerj quer saber até que ponto o erro na cirurgia contribuiu para a morte de Verônica. O prontuário da paciente também vai ser solicitado.
Família apresentou queixa à polícia
O corpo de verônica foi levado para o IML, no centro do Rio. O enterro ainda não foi marcado. A família deu queixa na delegacia e a irmã da dona de casa disse que vai acompanhar as investigações até o fim.
?Alguém vai ter que pagar por isso, minha irmã perdeu a vida com 31 anos, deixou meu sobrinho com doze anos, minha sobrinha com dez. Quem vai ter que ficar com meus sobrinhos sou eu, porque eles não têm com quem ficar?, disse Alba Valéria Barros, irmã da dona de casa.
Como o registro na delegacia foi feito antes da morte de Verônica, o inquérito foi aberto por lesão corporal culposa, quando não há intenção de ferir. Agora, o caso pode mudar para homicídio culposo e negligência.