Morte de palmeirense: suspeito confessa e muda versão devido gravidade

Ela ficou ferida durante uma confusão no jogo do Flamengo contra o Palmeiras. Foi internada, mas não resistiu.

Gabriela Anelli e Leonardo Santiago | Divulgação
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Leonardo Felipe Xavier Santiago, suspeito de ter atirado uma garrafa e assassinado a torcedora palmeirense Gabriela Anelli, de 23 anos, confessou o crime, mas alterou a versão após ter conhecimento da gravidade do caso e do estado de saúde da jovem. A informação foi confirmada pelo delegado do DOPE (Departamento de Operações Policiais Estratégicas), César Saad, nesta terça-feira (11).

"Um outro ponto que é importante esclarecer: no momento da prisão do autor, ele, ali, ele informalmente, ele confessa que ele estava na briga, que ele estava na confusão e que ele teria arremessado coisas na direção da torcida do palmeiras. Ele fala “eu arremessei, eu joguei a garrafa”, afirmou Saad à TV Globo.

No dia, a torcedora ficou ferida durante uma confusão no jogo do Flamengo contra o Palmeiras. Ela estava internada na Santa Casa, na zona Oeste de São Paulo, e morreu nesta segunda-feira (10), após sofrer duas paradas cardíacas. Leonardo Santiago, de 26 anos, foi indiciado por homicídio doloso.

O corpo da jovem foi enterrado sob fortes comoções nesta tarde | Foto: Redes SociaisAinda de acordo com o delegado, a polícia tem uma ferramenta de investigação de reconhecimento facial, que auxiliará na identificação dos demais envolvidos. Dentre estes, há um homem de barba, com camiseta branca, que também foi flagrado em um dos vídeos atirando o objeto contra Gabriela.

"Depois, na delegacia, quando ele estava sendo autuado, ele já sabendo do estado grave da Gabriela, ele no interrogatório diz que arremessou pedras de gelo. O que é importante é que as provas testemunhais validaram, foi importantíssimo, foi fundamental para decisão da prisão em flagrante dele, e isso foi validado pelo poder judiciário", completou o delegado.

ENTERRO DE GABRIELA ANELLI

O corpo da palmeirense Gabriela Anelli, de 23 anos, foi velado durante a manhã e enterrado no início da tarde de hoje em Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo. Ao todo, cerca de 200 pessoas participaram da cerimônia. O cortejo foi marcado por forte emoção de amigos.

Durante o enterro da jovem, a avó de Gabi, dona Joana Anelli, de 68 anos, contou com carinho quando a palmeirense ligava para ela e pedia para fazer bolinho de chuva. "Ela perguntava: 'vó, até quando você vai me chamar de bebezinha?'. E eu dizia que ela seria minha bebezinha pra sempre", relembra a idosa. Os torcedores cantavam: "O dia que eu morrer, quero o meu caixão pintado de verde e branco, como meu coração." 

Em entrevista à imprensa durante o velório, o pai de Gabriela disse que seguirá frequentando estádios, conforme o desejo e legado da filha. A mãe dela também se posicionou. Ela cobrou medidas de segurança nos estádios e mencionou que “nós não estamos falando de time aqui. Estamos falando de vidas”.

"Vou continuar a fazer o que fazíamos juntos. Cada canto que eu pisar, ali na Palestra Itália, eu vou lembrar da minha filha. A gente chegava junto, ia embora junto, estava sempre junto. Vou continuar o que ela queria, o legado dela. Já não tenho tanta força assim, mas vou fazer o que ela continuava fazendo. Participava de ações sociais, tudo isso, vou continuar".

Amigos, torcedores e familiares participaram do cortejo | Foto: Arthur Stabile/g1

"Os clubes têm que tomar mais providências referente à segurança. Principalmente a segurança, que acho que foi bem falha. Porque não pode entrar com garrafa. Isso tem que parar. Tem que ter mais amor ao próximo. O Palmeiras não vai amar o Corinthians, vai amar o próximo, porque é vida. Nós não estamos falando de time aqui. Estamos falando de vidas. Palmeiras é vida, Corinthians, Santos tem vida. Todo time tem vida."

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