O Ministério Público de São Paulo investiga a suspeita de que o presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP) Antonio Carlos Viana Santos tenha sido vítima de assassinato por envenenamento. A hipótese foi levantada depois que o corpo do desembargador, morto em janeiro de 2011, apresentou teor alcoólico de 10 g por litro de sangue, índice considerado muito elevado. Segundo a promotora Soraia Simões Munhoz, que conduz a investigação do MP, a literatura médica aponta que pessoas que tomam metade da quantidade de álcool encontrada no cadáver do juiz já entram em coma alcoólico. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Segundo pessoas que conviviam com o presidente do TJ-SP, que morreu aos 68 anos, ele sofria de diabetes e tinha hábito de beber. "Na atual fase do inquérito vamos procurar pareceres de legistas e toxicologistas para verificar se o desembargador poderia ter ingerido a quantidade apontada no laudo", disse a promotora. De acordo com ela, caso os especialistas indiquem que a ingestão de tal quantidade é impossível, ganhará força a hipótese de envenenamento, inclusive por via não oral.
Segundo o inquérito, no momento da morte do desembargador, estavam no apartamento dele a mulher dele, a advogada Maria Luiza Viana Santos, 37 anos, e uma sobrinha. O primeiro laudo apontou morte natural "súbita, de origem cardíaca", além da grande concentração de álcool no sangue. De acordo com a promotora, a viúva omitiu informações no primeiro depoimento, como a existência de uma garrafa de vodca no quarto onde o presidente do TJ-SP foi encontrado morto e a saída dela do apartamento do casal com sacolas, na madrugada da morte de Santos.