Após agredir seu próprio filho, um adolescente de 16 anos, ao descobrir que o jovem era homosexual e tinha um relacionamento, temendo mais agressões, após a reação agressiva da mãe, o adolescente fugiu para a casa dos avós, que o acolheram. Após descobrir onde estava o garoto, a mãe foi até o local e iniciou novas agressões contra o filho.
De acordo com as investigações da 26ª DP (Todos os Santos), no último domingo, a mãe encontrou no celular do jovem várias mensagens entre ele e o suposto namorado. Após visualizar, ela ameaçou espancá-lo com um cabo de vassoura. A mulher está sendo acusada também de ter humuilhado o adolescente e o chamado com termos perjorativos, como "viado", "imprestável".
Segundo a polícia, ela também agrediu verbalmente os seus próprios pais, os chamando de "velhos" e "parasitas". O avô do adolescente foi quem representou a ação criminal contra a mulher, pelo crime de injúria qualificada e difamação, em razão da condição de pessoa idosa.
As autoridades policiais foram acionadas, compareceram até o local e conduziram a acusada para a 26ª DP, na delegacia a mulher ainda desacatou as autoridades. "É triste a constatação de que, ainda atualmente, haja agressões de pais contra filhos em razão de orientação sexual. O pai da acusado e avô da vítima, presenciou todo o ocorrido e prestou declarações contra a própria filha — esclarece o delegado Felipe Santoro, titular da 26ª DP (Todos os Santos).
De acordo com o Supremo Tribunal Federal, englobou como crime de racismo as discriminações praticadas em razão da orientação sexual ou à identidade de gênero. "Desse modo, se as discriminações praticadas em razão da orientação sexual ou à identidade de gênero são punidas na forma da Lei nº 7.716, de 08/01/1989”, escreveu o delegado Felipe Santoro na decisão que determinou a prisão da acusada.
A mulher foi autuada e presa pelos crimes de racismo, com motivação homofóbica, injúria qualificada contra idoso, lesão corporal com violência doméstica e desacato contra os policiais civis.