Acusada pela morte do marido, o empresário Renato Biasotto, Alessandra Ramalho D?Ávila Nunes, 35 anos, será indiciada por homicídio qualificado. O delegado Carlos Augusto Nogueira, da 16ª DP (Barra da Tijuca), considerou o motivo do crime desprezível ou fútil. Os advogados da mulher ? que está foragida e na companhia do filho do casal, de 5 anos ?, pediram à Justiça a revogação de sua prisão, condição imposta pela defesa para que ela se apresente à polícia.
?Pode demorar a ser capturada, mas continuaremos tentando. Posso constatar, sem ser definitivo, que não houve legítima defesa. Não é normal que a pessoa faça algo assim e não peça ajuda depois?, avalia o delegado, que não descarta a hipótese do filho do casal prestar depoimento. Segundo o advogado Mário de Oliveira Filho, o menino tem feito desenhos de alguém mais forte que a mãe e sempre em atitude agressiva. O juiz Sidney Rosa, da 3ª Vara Criminal da capital, encaminhou o pedido ao promotor Marcelo Monteiro e só decidirá a questão após o parecer do Ministério Público.
Ontem, o advogado disse que a prisão era ?absurda?: ?A prisão vai cair porque é ilegal. A ordem não se sustenta porque ela tem dupla cidadania, mas não vive nos Estados Unidos há tempos. Não é alguém que tem a vida voltada para o crime. E acho difícil ela ser localizada?, afirma.
Mário de Oliveira também fez série de pedidos ao delegado, entre eles, a suspensão da cremação do corpo de Renato. ?Pedimos para que verifiquem se há vestígios de pele sob as unhas, exames de vísceras e de teor etílico?. O defensor da família de Renato, João Mestieri, tentará manter a cremação para quando a irmã da vítima voltar da Austrália, quinta-feira.
A faca usada no crime foi encontrada por funcionário que fazia a limpeza da escada de serviço do imóvel. Ele também encontrou marcas de mãos ensanguentadas nas paredes e sobre uma televisão, que estava no corredor. Há indícios de que a faca tenha sido depositada sobre o tubo de imagem da TV. O objeto foi enviado para perícia do sangue e digitais.
RELAÇÃO ?LOUCA?
Elisabete Piffer Pedrosa, amiga que estava com o casal na madrugada do crime, disse em depoimento que o o relacionamento de Renato com a mulher era ?muito louco?. Ela contou que o empresário comentava o comportamento ?bipolar? de Alessandra. Elisabete ressaltou que Renato dizia que ?achava que sua esposa não seria capaz de matá-lo?.
O advogado de Alessandra pediu imagens da 15ª DP (Gávea), onde ela supostamente esteve. A delegacia informou que as câmeras não gravaram a imagem e que o último registro na madrugada foi à 1h44, quatro horas antes do crime.
Já o advogado João Mestieri disse que a mãe da vítima, 78 anos, o alertara sobre o possível desfecho do casal. ?Quando ela atirou um copo em Renato, a mãe avisou: ?Meu filho, essa relação vai acabar em morte??.