Rute Maria dos Santos, de 38 anos, foi morta pelo marido com um golpe de gravata em Lagoa da Prata, no Centro-Oeste de Minas. Dois dias antes do crime, ela havia sofrido um aborto. A Polícia Civil investiga se o aborto, relatado por duas filhas da vítima, foi provocado, se houve participação do marido e se há relação com o feminicídio.
"O médico-legista não encontrou feto no útero da vítima, mas encontrou sangramento. Isso indica que a vítima fez ou sofreu um aborto dias antes do homicídio. Pelo que temos na fase inicial de investigação, o crime teve relação com esse aborto. Mas nada justifica uma brutalidade, uma covardia dessas que estamos apurando", explicou o delegado Ivan Lopes.
O marido de Rute foi levado ao sistema prisional. Segundo o delegado, a vítima não havia solicitado medida protetiva contra o marido ou qualquer outra pessoa. Ele também destacou que, se condenado, o marido pode enfrentar uma pena máxima de até 40 anos de prisão pelo crime de feminicídio. O casal, que estava junto há mais de 20 anos, tinha quatro filhos: duas jovens de 19 e 20 anos, um adolescente de 17 anos e uma menina de 12 anos.
SOBRE O CRIME
Rute foi morta após uma discussão com o marido dentro do carro, na madrugada do último domingo (13), quando ele lhe aplicou um golpe de gravata. Após o crime, ele retornou para casa, deixou o corpo de Rute na calçada e fugiu para uma estrada vicinal em Japaraíba, a cerca de 10 km de distância.
Como o carro atolou na lama, ele abandonou o veículo e voltou a pé para um bar no bairro, onde foi encontrado e preso em flagrante na manhã de domingo. Ele confessou o crime e explicou os acontecimentos.
Vizinhos avistaram o corpo de Rute e acionaram a PM. A Polícia Civil informou que exames periciais confirmaram que a causa da morte foi asfixia indireta, resultante do golpe. Rute foi enterrada no Cemitério Municipal Campo da Paz, em Lagoa da Prata, ainda no domingo.
(Com informações do g1/MG)