Uma mulher de 30 anos, que era mantida em cárcere privado e agredida pelo ex-companheiro há quatro dias, enviou um bilhete no caderno do filho pedindo socorro à professora dele. Segundo o seu relato, ela teve a casa invadida e ficou mantida refém até essa terça (17), no bairro Jardim Leblon, em Venda Nova, em Belo Horizonte.
Segundo a Guarda Municipal, que atendeu a ocorrência, a professora da criança abriu o caderno para passar as atividades do dia e encontrou o bilhete. A mensagem dizia: “Socorro, liga pra polícia, aí tem meu endereço, estou sendo agredida há quatro dias”.
A Guarda Municipal foi acionada, dirigiu-se ao endereço do imóvel e libertou a mulher. O suspeito, que não teve a identidade divulgada, de 34 anos, foi conduzido à Delegacia da Mulher da capital mineira, onde teve a prisão ratificada por lesão corporal, ameaça, cárcere privado e descumprimento de medida protetiva.
A reportagem ainda apurou que a vítima já tinha uma medida protetiva contra o homem, que desrespeitou e invadiu a casa onde ela vive com a criança na sexta-feira. Na ocasião, usava tornozeleira eletrônica. O homem a manteve trancada no imóvel, impedida de usar o celular. Ainda a agrediu por todo o corpo, privando-a de contatar parentes ou qualquer outra pessoa que pudesse ajudá-la.
Segundo o relato da mãe, o filho de quatro anos, insistiu em ir à escola nesta terça. O suspeito permitiu e, então, a mulher aproveitou para escrever o bilhete à professora. Ao saber do ocorrido, a coordenadora da escola acionou o Conselho Tutelar de Venda Nova. A criança ficou sob os cuidados do órgão temporariamente para que a mãe pudesse registrar um novo boletim de ocorrência contra o agressor.
NOTA DA POLÍCIA CIVIL
Sobre a ocorrência registrada na manhã desta terça-feira (16/5), no bairro Leblon,na capital, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que um homem, de 34 anos, foi conduzido e ouvido na Delegacia Especializada de Plantão de Atendimento à Mulher (Demid), onde a autoridade policial ratificou a prisão em flagrante delito pelos crimes de lesão corporal, ameaça, cárcere privado e descumprimento de medida protetiva. Após os procedimentos de polícia judiciária, o investigado foi encaminhado ao sistema prisional e segue à disposição da Justiça.