Mulher se muda de casa após 16 anos de abuso por pai

Casa foi alugada no sábado e será paga pela Prefeitura de Pinheiro.

Filha com um dos filhos-netos do pescador. | Reprodução TV Mirant
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Após ser abusada pelo próprio pai durante 16 anos, de ter sete filhos com ele e de ser mantida isolada em um povoado distante da civilização, Sandra Maria Monteiro, de 28 anos, já tem um novo lar. Ontem à noite, ela começou a mudança para uma nova casa onde tentará seguir com uma nova vida. A casa fica no bairro João Castelo, a dois quilômetros do Conselho Tutelar de Pinheiro. Ela foi alugada ainda na tarde de sábado, e os móveis foram comprados durante o fim de semana.

Foram dois dias de procura antes de fechar o contrato, visto que não havia casas próximas do Conselho Tutelar. Essa proximidade será fundamental para que os conselheiros tutelares de Pinheiro auxiliem Sandra nessa nova fase. O aluguel está sendo pago pela Prefeitura de Pinheiro. A intenção, no entanto, é que seja construída uma casa na zona rural de Pinheiro e que ela seja doada a Sandra.

Quando ela era explorada pelo pai, José Agostinho Bispo Pereira, a única fonte de recursos da família era uma bolsa de R$ 62 de um dos filhos de Sandra, e o lavrador era o responsável pela administração desses recursos. Depois de se mudar para o conselho tutelar, Sandra e os sete filhos, pela primeira vez, receberam assistência dentária e psicológica.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pedofilia da Assembleia Legislativa do Maranhão irá apresentar um requerimento amanhã ao governo do Estado do Maranhão para que garanta uma pensão vitalícia de três salários mínimos a Sandra e os filhos.

Na próxima sexta-feira, termina o prazo de conclusão do inquérito sobre o caso. O pescador, em depoimento, negou que todos os sete filhos-netos fossem dele. Ele continua preso em Pinheiro. A Delegacia Regional solicitou exames de DNA, em Amapá, para comprovar a paternidade de José Agostinho. Os exames ficam prontos em três semanas. A prisão preventiva do pescador também já foi solicitada pelo Ministério Público (MPE) sob a alegação de que o pescador ainda oferece risco para a sociedade. O pedido está sendo analisado pela Justiça.

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