Mulher tem a pele e os olhos arrancados em crime brutal; caso segue sem respostas

No dia 13 de janeiro, Geralda saiu de casa e sua saída foi registrada através das câmeras de segurança do elevador do prédio em que morava

Mulher tem a pele e os olhos arrancados em crime brutal | Reprodução
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Geralda Lúcia Ferraz Guabiraba, uma mulher de 54 anos, era casada com José Pereira Guabiraba, diretor do departamento comercial do Grupo Estado, com quem compartilhava uma vida em Mairiporã, São Paulo. O casal tinha dois filhos.

Geralda Lúcia Ferraz Guabiraba (Foto: Reprodução)

Conforme relato da família, Geralda era uma pessoa religiosa, dedicada e assídua na igreja Paróquia Santa Cruz, onde também se envolveu ativamente em missões de caridade. No entanto, os familiares notaram uma mudança de comportamento em Geralda, associada a um quadro de depressão que a afetava.

No dia 13 de janeiro, Geralda saiu de casa e sua saída foi registrada através das câmeras de segurança do elevador do prédio em que morava. A gravação marca 20h30, ela carrega uma bolsa e duas cestas. Antes de sair do apartamento ela tira as joias que usava, a bolsa, o celular e os remédios antidepressivos e joga no lixo.

Cestas encontradas junto do corpo (Foto: Reprodução)

Entre aproximadamente 23h30min e 00h35min, as câmeras capturaram imagens de indo em direção ao seu carro. Ela carregava uma sacola, e dentro tinha uma garrafa e um copo, que foram encontrados dentro do carro. O marido não percebeu a ausência de Geralda pois estava sob efeito de medicamento sedativo. O filho do casal não estava no imóvel no momento. 

Geralda deixou o condomínio e foi até a "Pedra da Macumba", local conhecido por sediar rituais religiosos, situado a 8km da Estrada Santa Inês, em Mairoporã, São Paulo. As câmeras de segurança dos estabelecimentos na região registraram, por volta da 1h do dia 14 de janeiro de 2012, a presença de dois carros prateados próximos ao veículo de Geralda, um à frente e outro atrás, formando uma espécie de "escolta".

Pedra de macumba onde Geralda foi encontrada (Foto: Reprodução)

Uma testemunha afirma ter visto um carro semelhante ao de Geralda, modelo Tracker sendo dirigido por um homem forte, pardo e de camiseta vermelha. Mas, outra testemunha afirma que no momento em que chegou ao local, o carro de Geralda não estava sendo seguido e não conseguiu ver se havia outra pessoa.

Duas horas depois, um casal que estava na estrada viu o carro parado e, logo em seguida, o corpo de Geralda, que estava ao lado da Pedra da Macumba. A polícia foi acionada e quando chegou ao local constatou que ela já estava sem vida. 

Geralda usava um escapulário, não havia sangue, em cada mão havia um cesto, no pescoço um corte profundo, seu rosto estava desfigurado pois a pele e os olhos havia sido arrancados.

Por meio da identificação da placa do veículo presente na cena do crime, a Polícia Militar conseguiu estabelecer contato com a família, que inicialmente acreditava que Geralda estava na residência de sua filha mais velha. Durante a investigação, a PM descobriu a presença de um copo de alumínio e uma garrafa plástica contendo uma substância branca no carro da vítima.

Também foi encontrado um pedaço de vidro que possivelmente havia sido usado para cortar a pele do rosto. "Ficamos bem assustados, estou aqui há quatro meses, mas outros funcionários mais antigos disseram que nunca viram nada parecido" disse Cláudia, delegada na época do caso.

A equipe de investigação apreendeu o computador de Geralda, e constatou que ela  realizou pesquisas e visitou mais de cinquenta páginas na internet relacionadas a "chumbinho" (veneno utilizado para exterminar ratos e animais domésticos), assim como temas vinculados à morte e ao amor não correspondido.

Durante uma semana, foram ouvidas mais de 13 testemunhas, incluindo um psiquiatra, membros da família, amigos, pessoas da igreja e o padre. Conforme as declarações obtidas, Geralda era reconhecida como uma pessoa tranquila e não possuía inimizades. O celular da vítima foi submetido a análises, revelando que ela havia efetuado apenas uma ligação para o filho no dia anterior ao ocorrido.

Diante da ausência de evidências e pistas no caso, o primeiro inquérito concluiu que a morte foi um suicídio, atribuindo-a à presença de veneno no organismo da vítima. O relatório indicava que os ferimentos no corpo teriam sido causados por roedores selvagens.

Contudo, o casal que encontrou o cadáver contradisse essa versão, afirmando que não havia nenhum animal próximo ao corpo no momento do achado. Diante disso, o laudo inicial foi descartado, e a exumação do corpo foi solicitada, revelando que a verdadeira causa da morte foi um corte profundo no pescoço. Subsequentemente, o caso foi arquivado.

O inquérito identificou falhas por parte dos peritos e legistas, incluindo a omissão na busca por vestígios de animais que poderiam ter ingerido partes do cadáver contaminadas com veneno. Além disso, não foram coletados objetos próximos ao corpo, e houve demora na entrega do laudo do local.

Segundo a delegada, a sequência dos eventos que culminaram na morte envolveu, primeiramente, a sedação da vítima, seguida pelo fatal corte no pescoço e, somente depois, a desfiguração do rosto, com a remoção da pele e dos olhos.

A investigação relacionou a possibilidade de Geralda ter pedido para morrer como a santa de quem era devota. No dia 13 de dezembro do ano 303, Santa Luzia foi assassinada com golpe de espada, no pescoço, e teve os olhos retirados por soldados do Império Romano.

Recorte do quadro de Santa Luzia (Foto: Reprodução)

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