Um relatório divulgado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) nesta semana, trouxe dados preocupantes e alarmantes. De acordo com o relatório, mulheres e meninas refugiadas e migrantes estão sendo estupradas como forma de “pagar” a própria entrada em países da Europa.
Vincent Cochetel, diretor do escritório do ACNUR para a Europa, afirma que, por medo, inúmeras mulheres e meninas refugiadas e migrantes encontram-se vulneráveis seguem sem denunciar os abusos. "Mesmo aquelas que viajam com a família são vulneráveis a abusos. Muitas vezes elas não relatam os crimes e, portanto, não recebem o atendimento que necessitam. Algumas mulheres contam que chegaram a se casar por desespero”, disse.
Vincent Cochetel lembra também que mesmo viajando com a família ou na companhia de demais pessoas, elas continuam expostas e sem nenhuma proteção. "Muitas mulheres e meninas que viajam por conta própria estão totalmente expostas, não podem contar com sua família ou comunidade para as proteger”, acrescentou.
Os dados mostram que 2.000 pessoas chegam por dia à Europa, sendo 55% eram mulheres e crianças. O relatório ainda aponta “mulheres solteiras viajando sozinhas ou com crianças, mulheres grávidas e lactantes, meninas adolescentes, crianças não acompanhadas, crianças que se casam precocemente".
Sarah Costa, diretora executiva da Comissão de Mulheres Refugiadas, diz que todas merecem atenção. Segundo ela, é necessário desenvolver ações para prevenir e punir os responsáveis. “Pelo fato das instalações de recepção na Europa não terem sido feitas para prevenir ou responder à violência de gênero, mulheres e crianças não estão recebendo a proteção que necessitam e merecem”, disse.