O menino Kayo da Silva Costa, de 8 anos, voltava da escolinha de futebol na companhia da avó quando foi atingido por uma bala perdida durante o tiroteio em frente ao Fórum de Bangu, na Zona Oeste do Rio, neste quinta-feira (31). Rosana da Silva contou que tentou pedir ajuda, mas com a confusão, ninguém parou.
?Na hora eu não pensei em nada, eu não vi nada. Eu só vi muita polícia e começaram os tiros, não deu nem tempo da gente correr. Aonde a gente estava parado só deu tempo da gente virar, quando a gente ia correr não deu tempo de mais nada. Eu pedi muito socorro, pedi ajuda, mas as pessoas estavam correndo e nós ficamos ali pedindo ajuda e não tinha ninguém para ajudar. Na hora, só pedi a Deus para tirar ele dali, para salvar ele. Na hora só pensei: Senhor, não era para mim está aqui agora com ele?, relatou a avó Rosana da Silva.
Além do menino, um policial militar também foi morto no tiroteio que começou dentro do fórum. Como mostrou o Bom Dia Rio, Rosana na Silva também foi atingida de raspão na orelha esquerda.
?Na hora eu pensei que tinha sido em mim, porque quando eu escutei os tiros eu senti uma pressão na minha cabeça, eu me arriei, cheguei a arriar ele também no chão, mas quando eu consegui arriar ele, ele já tava atingido já. Aí que eu percebi que ele tinha sido atingido e eu pensei que eu também tinha sido atingida, depois que eu passei a mão que não era comigo, era só ele só?, contou Rosana da Silva.
Na manhã desta sexta (1°), policiais militares do 14º BPM (Bangu), com apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope), realizam uma operação nas favelas Vila Vintém, Curral das Éguas, Minha Deusa e Sete Sete, todos na Zona Oeste do Rio, para prender os responsáveis pela troca de tiros.
Duas vezes por semana o destino do pequeno Kayo era o Bangu Atlético Clube, para aonde ele estava indo quando foi atingido pelo tiro. Ele fazia aulas de futsal há dois anos e o esporte era a sua grande paixão.
O pequeno atleta era uma promessa no clube. Ele era conhecido pela força nos chutes e também pela alegria e generosidade com os outros jogadores em quadra. O garoto estava orgulhoso porque tinha sido vice-campeão em uma disputa de futsal e se preparava para um novo campeonato. Ele já havia escolhido o presente de Natal, que seria usado para enfrentar os adversários.
?Ele escreveu uma cartinha pedindo para Papai Noel dar uma chuteira para ele. Uma chuteira nova do Neymar aí eu e minha esposa estávamos até conversando, que a gente nem ia esperar Papai Noel, íamos dar essa chuteira para ele logo, a gente ia logo comprar este final de semana para ele jogar essa final, que com certeza ele ia ser campeão?, contou o avô Juamir Farias.