Um ano de sofrimento e falta de esperança. Assim foram os últimos 365 dias da família da professora Fabiana Cristina de Paula, que desapareceu há exato um ano em Catanduva (SP) e até hoje não há pistas de seu paradeiro. ?Foi um ano de sofrimento, sem nenhuma pista, nenhuma possibilidade de encontrá-la. Eu não tenho mais esperança que a encontrem com vida, só espero um dia saber o que aconteceu?, afirma Rita de Cássia de Paula, prima da professora.
Rita conta que cresceu com Fabiana na casa dos avós em Catanduva, então a considera como uma irmã. Ela afirma que a família toda está muito depressiva desde o desaparecimento, principalmente os pais. A prima de Fabiana diz que nunca foi da índole dela sair sem avisar para onde ia e que não tinha inimigos ou desavenças na cidade. ?Era uma pessoa do bem. Agora desde o desaparecimento, o dinheiro dela no banco não foi mexido e nem o cartão dela foi usado. Só queríamos saber o que aconteceu, que encontrasse o corpo dela, se estiver morta, para que possamos enterrar em paz. E também encontrar o culpado e fazer com que ele pague por isso?, diz.
Fabiana tem dois filhos, um menino de 13 e uma menina de 8 anos. Segundo Rita, quando a mulher desapareceu, os filhos estavam de férias na casa do pai. Na época, a família preferiu não contar sobre o desaparecimento da mãe, mas um ano depois, os filhos tentam levar a vida sem a presença dela. ?Eles agora vivem com o pai deles, o ex-marido da Fabiana. Tenho pouco contato com eles, mas parece que eles passaram por tratamento para superar a ausência dela?, diz.
Segundo o delegado Pedro Artuzzo, a polícia segue investigando o desaparecimento de Fabiana e diz que aguarda laudos para descobrir alguma novidade. Na época do desaparecimento, a polícia pediu laudo do computador da professora. ?A investigação está sob segredo de Justiça e estamos no aguardo de laudos para prosseguir a investigação. É um caso complexo, porque não há muitas pistas ou suspeitos?, afirma o delegado.
Relembre o caso
Fabiana Cristina de Paula, na época com 36 anos, desapareceu no sábado, dia 27 de julho do ano passado. Ela foi vista pela última vez em um estabelecimento no centro de Catanduva, no dia anterior. Segundo testemunhas, ela saiu do local acompanhada de dois homens e uma mulher e fez contato com os amigos no dia seguinte pela internet. Depois disso, sumiu.
Após uma semana, investigadores usaram um avião para fazer buscas e ajudar na localização do carro da professora. De acordo com a polícia, o monomotor sobrevoou toda a região usando a rota baseada em informações de familiares, por onde Fabiana poderia ter passado.
O carro dela foi encontrado no domingo, dia 4 de agosto, próximo a uma mata, entre Novais (SP) e Catanduva. O veículo, segundo o delegado responsável, não apresentava vestígios, nem havia sangue. Cães farejadores foram usados para procurar possíveis indícios, mas nada foi encontrado na mata onde o carro foi encontrado.
Em setembro, um homem preso, suspeito de estuprar mulheres na cidade, poderia, segundo a polícia, estar envolvido com o desaparecimento da professora. De acordo com a polícia, o homem, que teria sido reconhecido por cinco mulheres, era vizinho da professora e que as vítimas tinham todas o mesmo perfil. Mas, no decorrer das investigações, o homem foi descartado como suspeito.