O segurança e técnico em eletrônica Januário Alves de Santana, de 39 anos, foi agredido por seguranças do supermercado Carrefour, em Osasco, na Grande São Paulo. Ele foi confundido com ladrões e considerado suspeito de roubar seu próprio carro. O caso foi registrado no 5º Distrito Policial da cidade.
Nos próximos dias, seu advogado, Dojival Vieira, vai ajuizar uma ação de indenização por danos morais contra o supermercado e o Estado. ?Esse caso é emblemático e precisa ser punido com vigor para que outras situações de discriminação racial não venham a ocorrer.? Santana é negro. O Carrefour afirmou que acompanha a investigação policial.
Segundo o cliente, enquanto a família fazia compras, na noite do dia 7, ele esperava no carro com a filha de 2 anos. O alarme de uma moto disparou e ele viu dois homens correndo. O dono da moto chegou em seguida. Santana desceu do carro e achou que os bandidos tinham voltado. Um desses homens sacou uma arma e Santana correu. No chão, chegaram a lutar até que um terceiro homem, que se identificou como segurança da loja, retirou a arma e pisou na cabeça de Santana. Segundo ele, cinco homens, que não vestiam uniformes, o levaram até um quartinho onde o espancaram.
?Eles falaram que eu ia roubar o EcoSport e a moto. Quando disse que o carro era meu, batiam mais.? Quando três policiais militares chegaram ao local, Santana explicou que seus documentos estavam no carro. ?Eles riam e diziam: ?Sua cara não nega. Você deve ter pelo menos três passagens pela polícia?.? De tanto insistir, foram até o automóvel, onde sua família o esperava. Após conferir a documentação, os policiais foram embora. ?Já passei outros constrangimentos com esse carro. Acho que vou vender?, diz ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.