A Justiça do Rio de Janeiro condenou o traficante Antonio Francisco Bonfim, o Nem da Rocinha, a 20 anos de prisão por tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. A juíza Alessandra Bilac disse na sentença não ter dúvidas da responsabilidade de Nem na organização criminosa que dominava a comunidade na zona sul do Rio de Janeiro.
"Nada acontecia sem a autorização dele, que era sem dúvidas o grande líder da associação criminosa", disse Alessandra, que também condenou Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, apontado como chefe do tráfico do morro de São Carlos, no Estácio, no centro da cidade, a seis anos de prisão por tráfico de drogas.
Sobre a lavagem de dinheiro, a juíza afirma que, mesmo indiretamente, Nem se beneficiava da ação de subordinados na venda de drogas. "Era ele quem determinava como dinheiro da venda de drogas seria lavado e se beneficiava diretamente disso", disse, com base nas provas obtidas durante o inquérito policial, nos depoimentos de policiais, moradores e frequentadores da Rocinha.
Nos autos consta que Nem chefiava o tráfico na Rocinha, sendo responsável por "preparar, adquirir e vender, além de possuir um depósito ilegal na comunidade". Consta ainda que Nem era ajudado por mais quatro acusados, com destaque para Vanderlan de Barros de Oliveira, considerado o tesoureiro do tráfico e que mantinha em seu nome uma empresa de fachada para venda de acessórios para veículos e uma loja de comércio de gelo, para facilitar a lavagem de dinheiro do tráfico e responsável por quitar débitos e despesas pessoais de Nem. Vanderlan tinha ainda oito linhas telefônicas em seu nome para uso dos integrantes da quadrilha chefiada por Nem.