O último levantamento feito pela Polícia Civil do Piauí apontou um recorde da violência no estado: 52 homicídios só no mês de outubro. O recorde anterior em número de assassinatos em um mês em particular foi de setembro de 2006, quando a pesquisa registrou apenas 26 mortes.
Os números mostraram que esse aumento na violência do Piauí vem de muito tempo. Durante os anos 90, o índice de homicídios era de 8 por grupo de 100 mil habitantes. Esse número subiu para 13 mortes por grupo de 100 mil habitantes na década seguinte. Para o presidente do Sindicato dos Políciais Civis do Estado do Piauí (Sinpolpi), Cristiano Ribeiro, essas estatísticas são um reflexo da falta de investimento. Ele esteve no programa Agora, da Rede Meio Norte
?O Piauí, no momento, precisa de mais 1500 policiais civis?, afirmou Cristiano Ribeiro. ?As vezes, temos delegacias paradas por falta de questões pequenas, como falta de combustível, falta de equipamento, de armamento, de munições?, disse. O presidente comentou que muitos policiais são transferidos para funções que não são suas, como a custódia de presos.
O investimento na segurança vem diminuído com o tempo. A pesquisa da Polícia Civil mostrou que no ano de 2002, R$ 386 milhões foram destinados ao setor. O valor veio decrescendo, e em 2012, a segurança recebeu apenas R$ 271 milhões. ?O Piauí ainda é um dos estados menos violentos do país, mas a velocidade com que essa violência tem aumentado é preocupante?, disse o presidente do Sinpolpi. Cristiano Ribeiro comentou que em São Paulo, por exemplo, apesar das dezenas de assassinatos diários, tem um índice de 10 homicídios por grupo de 100 mil habitantes: três a menos que no Piauí.