Oito policiais estão entre os 24 presos hoje pela Operação Alvará, realizada pela Polícia Federal contra o esquema de exploração de máquinas caça-níqueis nas cidades de Niterói e São Gonçalo. Entre os detidos, está o Major Ramos (ex-chefe do Setor de Inteligência, do 7º Batalhão da Polícia Militar, em São Gonçalo), seis soldados da PM, e o policial civil Lúcio Teixeira Tibau, na casa de quem foram encontrados R$ 115 mil em dinheiro.
Também foi detido hoje o bicheiro Wilson Vieira Alves, mais conhecido como Moisés, que também é presidente da Escola de Samba Vila Isabel. Na Operação Alvará, realizada hoje de manhã com mais de 200 policiais federais com a ajuda da Corregedoria Geral Unificada (CGU) da Secretaria Estadual de Segurança, foram cumpridos 24 dos 29 mandados de prisão.
Para o delegado federal Marco Aurélio Costa de Lima, chefe da Delegacia Federal em Niterói, com autorização da cúpula do Jogo do Bicho, Moisés controlava toda a exploração das máquinas caça-níqueis cobrando dos "maquineiros" (os donos das máquinas ) um pedágio mensal. Aqueles que pagam pedágio recebem um selo mensal que é a autorização para a exploração do jogo. Daí surgiu o nome Operação Alvará.
Em Niterói, todo o jogo é controlado por dois grandes banqueiros que pertencem à chamada cúpula do Bicho no Rio, Antônio Petrus Kalil, o Turcão, de 85 anos, e Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, de 69 anos. Dos 42 mandados de busca expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal de Niterói, um deles foi no escritório do Capitão Guimarães, no bairro do Ingá, em Niterói.
Segundo o delegado Costa de Lima, Moisés contava com a ajuda de dois diretores e um assessor da Escola de Samba na exploração das máquinas caça níqueis. A investigação que levou à Operação Alvará não tem nenhuma ligação com a explosão do carro do também bicheiro Rogério Andrade, semana passada, na Barra da Tijuca.