Na manhã desta terça-feira (28), a Polícia Civil de Goiás deflagrou a Operação Obra Simulada contra um esquema criminoso envolvendo a Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte (Goinfra) e uma empresa privada do Distrito Federal, que causou um prejuízo de R$ 10,4 milhões aos cofres públicos. Oito foram presos, incluindo o ex-presidente da Goinfra), Lucas Vissotto.
COMO OCORRIA O CRIME?
A Goinfra e a empresa firmaram um contrato entre 2023 e 2024, com valor de R$ 27,8 milhões, referente a contratação de serviços de reforma e manutenção de 26 prédios públicos no Estado de Goiás. Dentre as obras estão aeródromos, postos da Polícia Rodoviária Militar Estadual, instalações no Palácio Pedro Ludovico Teixeira e instalações na sede da própria Goinfra.
Em nota, o Governo de Goiás reforçou que as suspeitas de irregularidades foram levantadas pelo próprio Governo de Goiás, conforme divulgado pela Polícia Civil. A atual gestão afirmou que não "passa pano" para ninguém e não há possibilidade de segunda chance.
“As irregularidades chegaram ao conhecimento das autoridades policiais por meio de relatórios técnicos e inspeções realizadas pela Gerência de Inspeções da Secretaria Estadual de Infraestrutura (SEINFRA), pela Controladoria Geral do Estado (CGE) e pela Gerência Estratégica da Polícia Civil na SEINFRA, por meio dos quais se evidenciou que a empresa contratada obteve diversos pagamentos irregulares antecipados, sem que as obras ou serviços fossem suficientemente realizados para justificar os pagamentos, além de fortes indícios de superfaturamento nas intervenções” ,diz a nota da Polícia Civil.
O QUE DIZ A POLÍCIA?
Suspeita-se que havia um provável esquema de avocação premeditada de procedimentos de contratação, contra disposição legal ou regulamentar, com a finalidade de beneficiar empresas contratadas e os agentes públicos ora investigados. Verificou-se também fortes evidências de lavagem de dinheiro.
COMO FOI A OPERAÇÃO?
Ao todo, foram cumpridos pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR) 114 mandados judiciais, sendo:
- 32 mandados de afastamentos de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático;
- 26 mandados de bloqueios de bens e valores; sete mandados de proibição de frequência a determinados lugares;
- 10 mandados de proibição de contratar com o poder público (de empresas envolvidas);
- 24 mandados de busca e apreensão;
- 15 mandados de prisão temporária em Goiânia, Anápolis e no Distrito Federal.