Foi preso nesta sexta-feira (28) mais um suspeito de mandar matar o prefeito de Jandira, na Grande São Paulo. O ex-secretário de Governo, Sergio Paraízo, é considerado pela polícia como um dos principais responsáveis pelo crime. Ele nega envolvimento.
Segundo a polícia, o assassinado do prefeito Braz Paschoalin foi tramado em uma padaria de Jandira mais de um ano antes do crime. Participaram do encontro, ainda de acordo com as investigações, em setembro de 2009, um ex-candidato a vereador e ex-funcionário da prefeitura Anderson Muniz, o ex-secretário de Governo de Jandira, Sérgio Paraízo, e o então secretario de Habitação e Obras, Wanderley de Aquino, preso suspeito de ser um dos mandantes do homicídio.
Uma testemunha protegida da Justiça disse que a execução do prefeito Braz Paschoalin ficava em R$ 600 mil, sendo R$ 200 mil no ato e R$ 400 mil após a morte. Mas na época não havia o dinheiro para pagar o serviço. Segundo a polícia, o grupo decidiu, então, aguardar por um tempo. Uma nova conversa na mesma padaria, no começo de 2010, tratou da divisão do poder em Jandira depois do assassinato.
Segundo a testemunha, Muniz voltaria para o setor de compras, Wanderley de Aquino ficaria com a Secretaria de Governo, e Paraízo, demitido por Paschoalin na metade de 2009, voltaria para a prefeitura.
A polícia afirma que os interessados no crime estiveram juntos pelo menos mais uma vez, entre julho e agosto do ano passado, e que a reunião decisiva foi num restaurante perto de Jandira, quando então foram acertados os detalhes do assassinato. Na ocasião, segundo a polícia, os mandantes já tinham o dinheiro para contratar os matadores de aluguel.
Braz Paschoalin morreu a tiros em 10 de dezembro. O segurança dele também foi atingido e ainda está internado em estado grave. Por ordem da Justiça, foi preso nesta sexta-feira (28) o ex-secretário Sérgio Paraízo. Muniz também teve a prisão decretada, mas não foi encontrado. Ele é considerado foragido.
Paraízo disse que "jamais" se envolveria na morte do prefeito. "Eu não tinnha nada contra ele. Muito pelo contrário, gostava muito dele e só tenho a lamentar tudo isso que ocorreu."
A testemunha protegida, no entanto, disse que Paraízo era a cabeça pensante do grupo e Wanderley de Aquino, o mentor e controlador das ações. Aquino também nega envolvimento no assassinato.
Com o ex-secretário da Habitação, a polícia já encontrou cheques que ultrapassam R$ 6 milhões, contratos de compra de terrenos por R$ 10 milhões e amostra de esmeraldas de muitos lotes que Aquino queria vender por quase R$ 8 milhões.
Oito pessoas já estão presas suspeitas de participar do crime. Os policiais consideram esclarecido o assassinato do prefeito de Jandira.