O padre da Paróquia Santa Catarina Ederson da Rosa Pereira, 34 anos, retirou a queixa registrada por ele na Polícia Civil em que admitia, em depoimento, que teria contratado um garoto de programa e teria sido vítima de estelionato. Com isso, colocou fim ao caso tanto na Polícia Civil quanto na Igreja. Segundo o advogado do religioso, Clândio da Rocha Teixeira, na semana passada, os dois foram à 1ª Delegacia de Polícia Civil e solicitaram o arquivamento.
A história veio a público no início de junho, quando o padre procurou a Brigada Militar e a Polícia Civil relatando que tinha sido vítima de um estelionato. Porém, no depoimento, prestado na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), o religioso acabou revelando que pagou R$ 800 a um garoto de programa de Porto Alegre, contatado pela internet, mas o programa não se concretizou. O padre teria pedido o dinheiro de volta, mas o garoto de programa teria alegado que ficaria com o valor por conta do deslocamento dele até Santa Maria.
Após o registro da ocorrência e da repercussão do caso, o padre deu outra versão. Conforme o assessor da arquidiocese de Santa Maria, padre Silvio Weber, ele negou o caso veementemente e sustenta que teria pago a um homem R$ 800 por produtos de informática, sendo vítima de estelionato. Versão esta defendida pelo advogado do padre. O defensor disse que o religioso só teria descoberto que o jovem era garoto de programa na delegacia, e que o jovem teria aproveitado a viagem em que traria os produtos de informática para fazer um programa com outra pessoa.
Como o padre voltou atrás e retirou a ocorrência, o caso está encerrado. Na época do registro, o delegado Marcos Vianna afirmou à reportagem do Diário que só abriria uma investigação se o registro fosse mantido já que, no seu entendimento, não havia crime.
A Arquidiocese de Santa Maria também não investigará o caso. Na tarde deste domingo, o arcebispo dom Hélio Adelar Rubert não quis comentar o assunto e se limitou a dizer que é o padre quem ter que responder pelo fato, referindo-se à investigação na esfera policial. Questionado sobre o possível envolvimento do padre com um garoto de programa - já que os religiosos assumem o celibato ao serem ordenados -, dom Hélio disse:
_ Não tenho nada a declarar porque é um caso pessoal.