O pai da menina Isabella Nardoni, que caiu ou foi jogada do 6? andar de um pr?dio na Zona Norte da capital, escreveu uma carta em que diz que ele e sua mulher, Anna Carolina Jatob?, madrasta da menina, n?o s?o culpados pela morte da crian?a.
?N?s n?o t?nhamos feito nenhuma declara??o ainda porque acredit?vamos que o caso seria solucionado. N?s n?o somos os culpados, e ainda encontrar?o o culpado. Dessa forma, n?o precisar?amos mostrar a nossa imagem, porque o nosso sofrimento ? muito grande?, diz ele, na carta.
A madrasta de Isabella, Anna Carolina Nardoni, tamb?m divulgou carta em que diz amar a menina como ama seus filhos. "Somos inocentes e a verdade sempre prevalecer?", afirma a estudante.
Alexandre Nardoni, de 29 anos, e a mulher dele, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatob?, de 24, tiveram a pris?o tempor?ria decretada na quarta-feira (2) pelo 2? Tribunal do J?ri do F?rum de Santana. Segundo o delegado-adjunto do 9? Distrito Policial (Carandiru), Frederico Rehder, os advogados do casal foram notificados da decis?o no final da noite de quarta. De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justi?a (TJ), a pris?o ? de 30 dias e pode ser prorrogada por mais 30.
O pai de Isabella j? foi procurado pelos policiais na casa de seu pai. Sem entrar na resid?ncia, a pol?cia foi informada que nenhum dos suspeitos estava l?. Equipes policiais buscam o pai e a madrasta de Isabella nas casas de familiares. De acordo com a pol?cia, eles ser?o considerados foragidos depois de todas as possibilidades de encontr?-los forem esgotadas.
Leia a ?ntegra da carta:
"Eu, como pai de tr?s filhos, posso dizer sem d?vida uma coisa: que a Isabella ? o maior tesouro da minha vida. Tenho outros filhos meninos, mas a minha menininha era a princesa da casa. A Isabella sempre foi muito carinhosa comigo e com os irm?os dela. Costumava dizer que era a mam?e do meu filho mais novo, o Cau?, e defendia o do meio, Pietro, acima de tudo. Quando me dei conta que tinha perdido minha Isabella, senti naquele momento que meu mundo acabou. N?o sei como caminhar.
Todos est?o me julgando sem ao menos me conhecer. N?o faria isso com ningu?m, muito menos com minha filha. Amo a Isabella incondicionalmente e prometi a ela, em frente ao seu caix?o, que, enquanto vivo, n?o sossego enquanto n?o encontrar esse monstro. Tiraram a vida da minha princesa de uma maneira tr?gica e n?o me permitem sentir falta dela, pois me condenam por algo que n?o fiz. Minha filha, como os irm?os dela, s?o tudo na minha vida. Eu estou sem rumo, mas confio que Deus me dar? for?as para vencer esses obst?culos, mostrando o caminho certo para a justi?a.
Quero a minha filha bem, em paz, e tenho plena certeza, e consci?ncia tranq?ila do meu amor, amor que tenho por ela. Pois por mais que me julguem, s? eu e minha filhinha sabemos a dor que estamos sentindo. E o mais importante ? que "Isa" sabe o pai que fui para ela. Minha m?e est? ? base de calmante por falta do nosso "bot?o de rosa", como ela diz. Meu pai chora quando lembra dela e quando assiste a cada reportagem. Minha irm? e minha m?e choram pelo que est?o fazendo.
Tenho muito mais a dizer, mas espero que um dia me escutem como pai que sofre por sua filha, e n?o como um monstro, que n?o sou. N?s n?o t?nhamos feito nenhuma declara??o ainda porque acredit?vamos que o caso seria solucionado. N?s n?o somos os culpados, e ainda encontrar?o o culpado. Dessa forma, n?o precisar?amos mostrar a nossa imagem, porque o nosso sofrimento ? muito grande. S? que nos acusam e queremos mostrar o que realmente estamos sentindo. A verdade sempre prevalecer?."