Pai de jovem morta por palhaço pede condenação

O julgamento que inocentou o palhaço, no ano passado, foi anulado pelo Tribunal de Justiça, por suspeita de que houve um erro no veredicto do juri

Valter Leite | Andrê Nascimento
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"Enquanto vida eu tiver, lutarei para ver esse indivíduo na cadeia", esbravejou, emocionado, o senhor Valter Leite, pai de Kaisa Helane, a jovem que foi assassinada pelo ex-marido, Washington Barros Silva, que trabalhava como palhaço de circo. "Eu acredito na força de Deus, e sei que ele será condenado, pelo poder Deus e da justiça", disse. O julgamento que inocentou o palhaço, no ano passado, foi anulado pelo Tribunal de Justiça, por suspeita de que houve um erro no veredicto do juri.

Kaisa Helane foi morta pelo ex-marido, que não aceitava o término do relacionamento. Washington encontrou com Kaisa em uma churrascaria de Teresina. O palhaço saiu de casa armado de seu revólver, e entrou no banco de trás do carro de Kaisa. Eles discutiram, e Washinton segurou Kaisa pelo pescoço, por trás, e disparou contra o peito da jovem. A defesa defendeu que Washinton não tinha a intenção de matar, e que o disparo foi acidental.

Para Valter Leite, a ideia do tiro acidental não faz sentido. "Alguem que sai de casa armado não tem intenção de bater papo não. Aquela arma vivia escondida dentro do guarda-roupa", disse o pai de Kaisa. Ele afirmou ter ficado aliviado com a decisão do Tribunal de Justiça. O julgamento feito no ano passado julgou o crime de Washington culposo, quando não há a intenção de matar. Mas a promotoria afirma que o semblante dos membros do júri ao final da seção era de decepção, e entendeu que o sentido da palavra "culposo" foi confundida com a ideia de culpa. O juri teria pensado afirma que a "culpa" era de Washington, e não que seu crime era "culposo".

Um dos advogados de Washinton, Talmy Tércio, argumentou que o disparo foi acidental por uma falta de perícia do palhaço, e que se a intenção foi executar Kaisa, teria disparado direto contra o rosto dela, ou outro local. Talmy disse também que entende o sofrimento da família e que concorda com o pai de Kasia. "O código penal tem de ser revisto. A pena para crime doloso é de quatro anos, no máximo, e pode ser diminuida por bom comportamento, bons antecedentes...", disse.

Talmir Tércio, advogado do palhaço Washington (Foto: Andrê Nascimento)

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