O promotor Francisco Cembranelli denunciou nesta ter?a-feira (6) o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatob? por homic?dio doloso triplamente qualificado (meio cruel, impossibilidade de defesa da v?tima e para ocultar outro crime). Segundo ele, o casal sabia que Isabella estava com vida ao arremess?-la pela janela. "A inten??o foi dar solu??o a um problema que j? existia", disse ele.
Logo ap?s apresentar a den?ncia ? Justi?a, Cembranelli justificou a decis?o em uma longa entrevista coletiva ? imprensa na sede do Minist?rio P?blico de S?o Paulo, no Centro da capital. Confira a seguir os principais pontos da entrevista.
Segundo a den?ncia, Anna Carolina Jatob? esganou Isabella e Alexandre Nardoni arremessou a crian?a do 6? andar. ?Ambos mataram?, disse o promotor. Antes do crime, afirmou Cembranelli, houve uma ?discuss?o acalorada? do casal motivada por ci?me de Anna Jatob?. Neste momento, a crian?a foi ferida por um objeto contundente na testa. Depois, a madrasta apertou o pesco?o da v?tima com as m?os. Cembranelli diz que, sabendo que a crian?a estava viva, Nardoni jogou Isabella pela janela, incentivado pela esposa.
O promotor preferiu n?o apontar uma prova ou um ind?cio espec?fico que prove que o casal matou a crian?a. Defendeu apenas que h? ?ind?cios suficientes da autoria do crime?. ?O acervo de provas ? bastante rico, obtido por meio de uma criteriosa investiga??o, com mais de 60 testemunhas e laudos de qualidade?, afirmou ele.
A den?ncia n?o faz refer?ncia ao sangue encontrado no carro de Alexandre Nardoni tampouco a uma poss?vel mancha de v?mito na camiseta do pai da menina, fatos que n?o-conclusivos nos laudos periciais. Para o promotor, o sangue ? de Isabella e isso ser? provado no curso da instru??o do processo. ?H? provas de que o sangue ? de Isabella, e n?o ? s? o DNA. ? sangue recente, peritos est?o sendo chamados para esclarecer isso.?
O promotor descartou a exist?ncia de um terceiro suspeito com base no trabalho da per?cia, testemunhos de moradores e do porteiro do pr?dio e na a??o de 30 policiais militares que fizeram uma varredura no pr?dio e em suas redondezas e nada encontraram. Cembranelli acrescentou que o apartamento do casal n?o foi invadido.
Francisco Cembranelli diz que a discuss?o entre Alexandre Nardoni e Anna Jatob?, que teria antecedido a morte de Isabella, foi provocada pelo ci?me da madrasta. ?No meio da discuss?o a menina foi agredida (o que provocou um ferimento leve).?
Para o promotor, a cena do crime foi alterada pelo casal que tamb?m responder? por fraude processual. ?Enquanto o indiciado Alexandre descia pelo elevador, sua esposa Anna Carolina permanecia no im?vel alterando o local do crime, como j? havia feito pouco antes de a ofendida ser jogada, apagando marcas de sangue, mudando objetos de lugar e lavando pe?a de roupa.? Cembranelli ainda afirmou que algu?m tentou apagar manchas de sangue no carro de Alexandre, captadas apenas com equipamentos da per?cia.
Dezesseis testemunhas foram arroladas na den?ncia. Entre elas, a m?e de Isabella, Ana Carolina de Oliveira, a av? da crian?a, Rosa Maria Cunha de Oliveira, a delegada Renata Pontes, peritos do Instituto de Criminal?stica e do Instituto M?dico Legal e um policial que esteve no local no dia do crime. O funcion?rio de um bar da Zona Norte em que a irm? de Alexandre estava na noite do crime e que teria ouvido uma frase comprometedora de Cristiane Nardoni ? o que ela nega ? tamb?m deve ser ouvido.