Pais descobrem em desenhos que filha era abusada por pastor

Abusos ocorriam dentro de igreja em Montes Claros (MG)

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Vários desenhos feitos por uma menina de 5 anos ajudaram os pais a identificar que a filha havia sofrido violência sexual. As figuras foram encontradas nos pertences da criança, que mora na cidade de Montes Claros (MG).

De acordo com a Polícia Civil, os abusos foram cometidos dentro de uma igreja pelo pastor secundário, identificado como João da Silva, de 54 anos, que dava aulas de inglês para a garota, que acabou preso. 

“Assim que os pais tomaram conhecimento dos fatos através da criança, eles procuraram por uma psicóloga particular. Ela orientou que eles procurassem nas coisas dela se havia algum indício ou vestígio. A menina gostava muito de desenhar, e os pais encontraram vários desenhos que ilustravam o abuso sexual”, disse a delegada Karine Maia.

A delegada também diz que na maioria das imagens há duas pessoas, uma rindo e a outra chorando. Em um dos desenhos há uma pessoa com o pênis ereto, imagem comumente feita por crianças que sofrem abusos.

Investigação

De acordo com as investigações, a criança começou a fazer as aulas em julho de 2015 e parou. Os pais insistiam para que ela voltasse, mas a menina afirmou que não queria retornar porque “o tio João fazia bobagens com ela”.

Ainda segundo a polícia, o casal procurou por uma psicóloga e pelo pastor responsável pela igreja, que conversou com João da Silva e obteve a confissão dele. O homem, que tem formação em Letras, foi expulso e perdeu a função de pastor secundário.

“Ela contou detalhes, dizendo que ele tirava a roupa dela e a colocava dentro de um berço, já que a sala era um berçário, e tirava a roupa dela, tocava nas partes íntimas dela e fazia sexo oral”, afirma a delegada. A criança contou ainda que João da Silva trancava a porta da sala.

Sinais de algo errado

Ainda segundo as investigações, para tentar intimidar a menina, João afirmava que sabia onde ela morava e estudava. Após acompanhamento psicológico, os pais perceberam que ela apresentava alguns sinais de que algo errado estava acontecendo.

“Depois que o caso veio à tona, a criança passou a ficar muito doente. Após os pais tomarem conhecimento, observaram que ela estava arredia, principalmente com a figura masculina, estava tendo dificuldades, inclusive, de ficar sozinha com o próprio pai em casa. É importante que os pais monitorem, prestem atenção nos sinais que as crianças dão”, diz a delegada.

Como a menina ainda está muito fragilizada, não foi possível que ela fosse entrevistada pela psicóloga da Polícia Civil. Por isso também, a delegada diz que não sabe se irá pedir o exame de corpo de delito neste caso.

“O abuso sexual nem sempre deixa vestígios físicos, por isso existe a psicóloga na delegacia, para fazer a análise psicológica dessa criança. Muitas vezes o abusador, sabendo que se houver penetração vai deixar um vestígio evidente, ele pratica outros atos libidinosos. É importante denunciar, porque temos outras formas de provar”, ressalta Karine Maia.

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