Seis pessoas foram presas na terça-feira (24) suspeitas de terem envolvimento em estupros cometidos contra uma criança, de 6 anos, na cidade de Carlinda, a 724 km de Cuiabá. De acordo com o delegado Vinícius de Assis Nazário, entre os presos estão os pais da menina, que são suspeitos de permitirem a situação e coagirem a filha.
Ao G1, o delegado explicou que o caso foi descoberto depois que a vítima revelou na escola que sofria abusos sexuais. A denúncia chegou ao Conselho Tutelar que acionou a Polícia Civil.
Os outros quatro suspeitos são vizinhos da família.
A Polícia Civil pediu que a criança e os pais fossem ouvidos em uma audiência especial no fórum da cidade. As prisões foram decretadas pela Justiça e ocorreram no mesmo dia dos depoimentos, presenciados por promotor, defensor público e pelo juiz.
“A criança afirmou que o pai a colocava para assistir pornografia no celular e que ela foi intimidada pela mãe para que não contasse às autoridades pois os pais poderiam ser presos. Os pais ainda prometeram que se ela mentisse na audiência, ganharia um pastel. Caso ela contasse, apanharia deles”, detalhou o delegado ao G1.
O pai tem 49 anos e é garimpeiro. A mãe, de 44 anos, é dona de casa. Um adolescente, de 14 anos, também mora na casa e é filho da mulher.
“Os suspeitos são quatro vizinhos que teriam cometido atos libidinosos, passaram a mão no corpo dela e outros abusos. Com relação ao pai dela, ela começou a contar algumas coisas, mas travava, o que é natural”, disse o delegado.
A mãe, ao descobrir que o pai deixava que a menina assistisse pornografia, teria alertado o marido para que apagasse as imagens, mas sabia da situação.
A polícia começa a investigar se os pais tinham algum tipo de benefício pelo fato de permitirem que a menina fosse abusada pelos vizinhos.
“Aparentemente esses abusos ocorriam quando ela saía de casa e estava nos vizinhos. Dois deles são pai e filho e outros dois são amigos. Um deles chamava a criança paga jogar videogame na casa dele”, explicou o delegado.
Os pais e os vizinhos ainda devem ser ouvidos na delegacia. Os homens foram encaminhados para a cadeia pública de Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá. A mãe da menina foi levada à cadeia feminina de Colíder, a 648 km de Cuiabá.
“Na mesma audiência a justiça decretou o abrigo temporário da menina que está em uma casa de abrigo em Alta Floresta. A guarda dela será decidida futuramente, se vai ou não para algum outro familiar”, finalizou o delegado.