Paralisação de agentes penitenciários provoca revolta nos presídios do Ceará

Houve muita reclamação pelas mulheres e detentos

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Demora para in?cio das visitas aos detentos nas unidades penitenci?rias, restri??o de entrada de alimentos e objetos destinados aos presos, reclama?es e revolta marcaram a paralisa??o de 24 horas realizada ontem pelos agentes penitenci?rios do Cear?. O domingo ? tradicional dia de visita de familiares aos presos, sobretudo por parte de mulheres.

Em alguns pres?dios, as visitantes s? puderam entrar para ver os esposos, companheiros e namorados sem nada nas m?os. Foi o caso do Instituto Pres?dio Professor Olavo Oliveira (IPPOO II), em Itaitinga, na Regi?o Metropolitana de Fortaleza. Houve muita reclama??o pelas mulheres e detentos.

?Eu trouxe comida e ?gua para o meu esposo, que est? preso, mas n?o vou poder entrar com nada. ? um abuso de poder?, criticou uma visitante do IPPOO II. A restri??o foi a forma de barrar a entrada facilitada de celulares, drogas e outros objetos il?citos para os detentos, pois n?o havia efetivo para a revista das visitantes.

?O clima est? meio tenso l? dentro porque os presos usam o que as visitas trazem para dentro da pris?o como moeda de troca e ficaram sabendo que hoje n?o v?o receber nada?, afirmaram integrantes do Comando de Greve dos agentes penitenci?rios.

No Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), tamb?m em Itaitinga, houve restri??o de entrada de frutas e material de higiene e limpeza para os presos. Al?m disso, a entrada das visitantes sofreu demora, o que provocou revolta.

Tiros

Alguns detentos do IPPS s? teriam sido contidos ap?s o disparo de tiros para o alto por parte da guarda interna do pres?dio, mas a informa??o n?o foi confirmada pela dire??o da penitenci?ria. ?Desconhe?o esse epis?dio?, reiterou o diretor do pres?dio, coronel Oliveira.

NO INTERIOR

Princ?pio de rebeli?o em Sobral

Sobral. A paralisa??o de 24 horas foi uma forma de os agentes penitenci?rios protestarem depois de quase tr?s meses de negocia??o entre a categoria e o Governo do Estado. Os agentes reivindicam reajuste salarial com base no grau de instru??o e carga hor?ria de trabalho. Para exercer a profiss?o, os agentes precisam ter conclu?do o ensino m?dio. Contudo, o governo do Estado paga como se tivessem apenas o fundamental.

Em Sobral, a paralisa??o tamb?m causou transtornos. Na Penitenci?ria Industrial Regional de Sobral, houve princ?pio de rebeli?o quando presos e parentes ficaram sabendo que, provavelmente, n?o haveria visita. ?Teve in?cio de tumulto registrado ?s 8h30min da manh?. Os presos come?aram a balan?ar as grades, amea?ando que, caso as visitas n?o entrassem, eles quebrariam tudo e teria um grande motim. A Pol?cia Militar precisou intervir, mas logo tudo foi controlado com conversa?, disse o agente Alex Costa.

Parentes e amigos que aguardavam do lado de fora do pres?dio antes de entrarem, reclamaram dos transtornos causados pela paralisa??o. ?A gente passa humilha??o de todo jeito aqui, agora tem mais essa. Eles podem ter o direito deles, mas ningu?m aqui tem nada a ver se eles t?o ganhando pouco. ? dif?cil e caro chegar at? aqui pra gente tamb?m?, reclamou dona Edineuda Anselmo, que foi visitar o filho.

De acordo com o agente Alex Costa, a paralisa??o tem como um dos objetivos pressionar ao Estado para que sejam atendidas reivindica?es de nomea??o imediata de 203 candidatos aprovados no ?ltimo concurso, e cumprida Lei Estadual que garante sal?rio inicial de R$ 1.684 para categoria.

?Nossa paralisa??o ? devido ? in?rcia da nossa negocia??o com o Governo do Estado. A lei de n?vel m?dio j? est? aprovada. N?s estamos trabalhando 48 horas e recebendo por 30 horas?, alertou Costa.

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