O pedreiro Valdomiro Silva de Souza pretendia fazer um churrasco na casa dos pais, em Charqueadas (RS), para festejar o Natal com a mulher e os sete filhos. Mas, por conta de um engano, passou dois dias preso na Penitenci?ria Modulada da cidade at? ser solto na tarde de quarta-feira (26).
O equ?voco come?ou na manh? de segunda-feira (24), quando ele foi ? delegacia local registrar o furto da bicicleta do filho de 14 anos. Ele estava acompanhado de outro filho Lu?s Cristiano Fran?a de Souza, 27 anos, tamb?m pedreiro. Ao dar seu nome ? pol?cia, Valdomiro descobriu que era foragido da Justi?a de Carazinho (RS).
A fam?lia se mobilizou para provar que ele estava sendo preso por engano e que n?o se tratava da mesma pessoa que aparecia como foragido no sistema da pol?cia.
De acordo com dados preliminares da pol?cia, Valdomiro fora preso em flagrante em julho de 2006 e ? considerado foragido da pris?o de Carazinho desde agosto do mesmo ano.
Ainda assim, entre 11h e 19h, Valdomiro ficou detido na delegacia. Os filhos do pedreiro conseguiram contatar um advogado, mas n?o puderam evitar que o pai fosse para a cadeia. ?N?o deixaram visit?-lo, s? a partir de hoje (quarta-feira). Tudo que t?nhamos planejado foi por ?gua abaixo. Meu pai passou o Natal na cadeia por um erro do Estado. Temos provas de que, nessa data que o acusam de ter cometido o crime, ele estava trabalhando para uma comerciante aqui de Charqueadas. Temos notas assinadas por ela, comprovantes de pagamento pelo servi?o?, contou Lu?s.
Na tentativa de solucionar o problema, a Superintend?ncia dos Servi?os Penitenci?rios (Susepe) pediu ao Instituto-Geral de Per?cias (IGP) um exame comparativo entre as digitais do pedreiro e do homem preso em flagrante em 2006. O resultado demonstrou que Valdomiro n?o era a mesma pessoa. O foragido que usou o nome de Valdomiro foi condenado ? revelia, segundo o delegado Pedro Urdangarin, que est? ? frente do caso, por n?o ter comparecido ?s audi?ncias.
Investiga??o
A Delegacia Policial de Charqueadas deve agora abrir um inqu?rito para apurar quem usou o nome do pedreiro. A principal suspeita, segundo o delegado, recai sobre um irm?o do pedreiro, que cumpre pena em Caxias do Sul (RS).
De acordo com Urdangarin, o homem tem antecedentes por tentativa de homic?dio, roubo, recepta??o, porte ilegal de arma e falsidade ideol?gica. A pol?cia sabe que ele j? teria usado o nome de outra pessoa em uma das vezes em que foi preso.