Na relação dos leiloeiros oficiais matriculados na Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo), um nome chama atenção em meio aos 432 da lista. É o de Elize Araújo Kitano Matsunaga, a bacharel em direito e ex-garota de programa que confessou ter assassinado e esquartejado o marido, o executivo da Yoki, Marcos Matsunaga. O crime aconteceu em maio passado.
Empossada no dia 7 de fevereiro deste ano, Elize pretendia atuar no ramo de bebidas, segundo pessoas ligadas à atividade. Ela teve o requerimento de nomeação deferido em 22 de novembro de 2011, depois de comprovar idoneidade, apresentando certidões negativas da Justiça Federal e comum. Esta é uma das exigências para exercer a profissão, que é regulamentada por lei e não tem como requisito a realização de curso de formação.
O resultado foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo no dia 3 de janeiro de 2012. Antes de assinar o termo de compromisso, ela teve que fazer um depósito caução no valor era de R$ 15 mil.
Presidente do Sindicato dos Leiloeiros do Estado de São Paulo, Eduardo Jordão Boyadjian afirmou que Elize não era sindicalizada e não chegou a realizar leilão, apesar de estar matriculada na Jucesp.
? A execução de um leilão leva tempo. Tem que preparar, divulgar. Não se faz da noite para o dia. Acredito ainda que não tenha dado tempo de ela fazer os registros necessários junto à prefeitura.
Boyadjian contou que descobriu por acaso que Elize figurava na relação de leiloeiros oficiais de São Paulo. Nitidamente incomodado com o assunto, ele revelou preocupação com a imagem da categoria.
? Dos matriculados, menos de 30% trabalham. Como é uma profissão muito qualificada, estes novos profissionais, que não têm nada a ver com a classe, como ela [Elize], têm muita dificuldade de começar a trabalhar. Quem contrata quer saber o histórico, para quem você trabalhou, quantos anos você tem de mercado. É uma coisa muito profissional.