O r?gido regime disciplinar a que est? submetido no Pres?dio Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, n?o foi suficiente para tirar Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, do comando de uma quadrilha de traficantes com atua??o internacional. Segundo a Pol?cia Federal (PF), brechas como visitas e dez cartas por semana s?o os instrumentos utilizados pelo traficante para romper o isolamento e continuar atuando.
A mulher de Beira-Mar, a advogada Jaqueline Alc?ntara de Morais, foi presa nesta quinta-feira, apontada pela PF como uma esp?cie de substituta do traficante no comando do esquema. De acordo com a PF, ela recebeu instru?es do marido para controlar a quadrilha que ainda est? ativa.
Desde 25 de julho, quando o traficante chegou ao pres?dio de Campo Grande, Jacqueline esteve 14 vezes com Beira-Mar. Numa das ocasi?es, os dois se casaram em cerim?nia realizada dentro da unidade de seguran?a.
O uso das visitas para transmitir ordens foi evidenciado durante as investiga?es da Opera??o F?nix, desencadeada hoje pela PF. H? pelo menos duas brechas que podem ter facilitado a perman?ncia de Beira-Mar no comando mesmo atr?s das grades.
Os detentos da penitenci?ria t?m direito a uma sess?o de visitas de tr?s horas. Nessas sess?es, eles t?m contato com at? tr?s visitantes adultos de uma vez. N?o h? limita??o para crian?as. Al?m de Jaqueline, D?bora da Costa, irm? do traficante, tamb?m est? na lista dos visitantes.
Advogados de Beira-Mar, que tamb?m foram presos hoje pela PF, tamb?m extrapolariam a assist?ncia jur?dica do preso e seriam, segundo a PF, integrantes da quadrilha. Eles tinham acesso privilegiado ao traficante.
Beira-Mar recebia advogados at? tr?s vezes por semana - ?s segundas, ter?as e sextas-feiras em sess?es de uma hora. Nestes encontros n?o h? contato f?sico. Preso e advogado ficam separados por uma parede de vidro e conversam atrav?s de um sistema de comunica??o. O sigilo desses encontros ? garantido por lei.