PF faz operação contra remédios usados para abortos; 7 são presos

Ao todo, devem ser cumpridos 66 mandados judiciais.

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A Polícia Federal em Barra do Garças, a 516 quilômetros de Cuiabá, deflagrou nesta sexta-feira (9), a ?Operação Pró-Vita?, de combate à comercialização de medicamentos ilegais e prática de abortos criminosos em série. Sete pessoas já tinham sido presas até as 9h [horário de Mato Grosso]. Conforme a PF, vários remédios de circulação proibida foram apreendidos, além de R$ 2.900 em dinheiro.

Ao todo, devem ser cumpridos 66 mandados judiciais, sendo 11 de prisão temporária, 33 de conduções coercitivas e 23 de busca e apreensão. De acordo com a PF, entre as pessoas com prisão decretada há um médico, farmacêuticos e atendentes de farmácias da região de Barra do Garças. Eles são suspeitos de participação no grupo.

A investigação revelou a existência de uma rede criminosa dividida em duas ramificações. A primeira era voltada para a importação e distribuição de medicamentos de origem estrangeira sem o necessário registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para farmacêuticos e médicos da região.

Os remédios são de circulação proibida no país e utilizados como abortivos, remédios para tratamento de obesidade e disfunção erétil. A segunda ramificação é composta por médicos e pessoas associadas, suspeitos de realizar procedimentos abortivos mediante recebimento de vantagens financeiras.

Conforme a PF, os médicos utilizavam os medicamentos ilegais na estrutura do serviço público de saúde como materiais e equipamentos do Hospital Municipal de Barra do Garças, por exemplo. Além do crime de aborto, eles são suspeitos de cobrarem pela realização de procedimentos médicos custeados pelo Sistema Único de Saúde.

Durante a fase de investigação foi possível identificar uma série de casos de abortos criminosos e a apreensão de 187 comprimidos de um medicamento proibido. A quantidade apreendida era suficiente para a realização de ao menos 50 abortos.

Os mandados judiciais estão distribuídos entre as cidades de Barra do Garças, Alto da Boa Vista e Primavera do Leste, em Mato Grosso. Em Goiás, há mandados a serem cumpridos em Goiânia, Aragarças, Baliza e Aparecida de Goiânia. Os presos devem ser encaminhados para a cadeia e Barra do Garças e responderão criminalmente por aborto, comercialização de medicamentos sem registro na Anvisa, peculato, corrupção e formação de quadrilha.

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