Três indivíduos foram detidos no interior da Terra Indígena Apyterewa, na área invadida conhecida como Vila Renascer e em fazendas adjacentes, localizadas na zona rural de São Félix do Xingu, no sudeste do Pará. As prisões foram realizadas em decorrência de uma emboscada perpetrada por invasores contra agentes da Fundação Nacional do Índio (Funai).
A operação ocorreu no âmbito da Operação de Desintrusão das Terras Indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá, que foram ordenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Justiça Federal de Redenção (PA). Os indivíduos detidos serão transferidos para Marabá, localizado no sudeste do Pará, neste sábado (9).
Inicialmente, estava previsto o cumprimento de nove mandados de prisão, porém, até o momento, seis dos investigados permanecem foragidos. Três invasores da região foram detidos preventivamente, sendo eles envolvidos em diversos crimes, tais como invasão e exploração econômica da Terra Indígena Apyterewa, associação criminosa, incitação a crimes relacionados à invasão, desobediência às ordens de desintrusão da área, coação no curso do processo, roubo de gado e abate ilegal do mesmo.
A ação que contou com grupos táticos especiais da Polícia Federal, como o Comando de Operações Táticas (COT) e Grupo de Pronta Intervenção (GPI), o da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública que permaneceu na segurança da base e dos servidores federais, é uma resposta a emboscada realizada, no dia 4 de dezembro deste ano, pelos invasores contra os agentes federais que atuam na desintrusão.
Na emboscada, um servidor da Funai foi baleado. Os agentes retornavam de uma atividade quando foram surpreendidos por disparos de arma de fogo em três pontos diferentes. Duas viaturas da PRF foram atingidas com diversos tiros. Os suspeitos fugiram.
Nas prisões realizadas pela PF após o atentado contra agentes federais, os três suspeitos foram conduzidos à Delegacia da Policia Federal de Marabá para formalização do ato e encaminhamento ao Presídio de Redenção, onde ficarão à disposição da Justiça.
A operação realizada hoje é a continuação do cumprimento de vários pedidos de prisão já expedidos que deverão ser executados e são parte do Plano de Desintrusão das Terras Indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro de 2023. Com apoio da Funai e de diversos outros órgãos, o governo federal cumpre decisão judicial para garantir aos povos indígenas o direito de usufruir do território de forma plena e integral.
A operação consiste na retirada de não indígenas que ocupam ilegalmente parte das terras Apyterewa (homologada em 2007) e Trincheira Bacajá (homologada em 1996), localizadas entre os municípios de São Félix do Xingu, Altamira, Anapu e Senador José Porfírio, no Pará.