Um menino de 5 anos foi retirado de casa, na Suíça, pela própria mãe, sem o consentimento do pai, e acabou sendo encontrado em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A Polícia Federal em Pernambuco, responsável pelo resgate, tratou o caso como um “clássico de sequestro internacional interparental de menor". As informações são do G1.
Na terça-feira (14), uma equipe da PF, por meio da Interpol, cumpriu uma determinação da Justiça pernambucana e levou a criança de volta para a Europa. A decisão foi da da Vara da Infância e da Juventude de Jaboatão dos Guararapes.
Imagens divulgadas pela PF mostram o menino saindo do Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes. Gilberto Freyre reencontrou com o pai, em Zurique, na Suíça, na quarta (15).
Por meio de nota, a PF em Pernambuco informou que o caso veio à tona no dia 4 de agosto deste ano. Foi quando o menino, que não teve o nome divulgado, e a mãe dele foram considerados “desaparecidos” pelas autoridades de proteção à criança do país europeu.
De acordo com a PF, a mulher é brasileira, tem 43 anos e possui visto de residência na Suíça. A criança nasceu no país europeu, mas tem a cidadania brasileira.
Ainda segundo a PF, a mulher deixou a Suíça sem avisar para as autoridades locais, o que descumpriria a legislação do país europeu.
A PF disse que a mãe da criança “levou as autoridades a suspeitar que ela poderia expor seu filho a uma situação de vulnerabilidade, por ter apenas 5 anos, e se ausentar de sua residência habitual para outro país”.
A informação sobre o caso da criança chegou até a Coordenação Geral de Cooperação Internacional da PF em Brasília, a partir de solicitação da Polícia Cantonal de Solothurn, na Suíça.
Em seguida, a investigação foi repassada para Representação Regional da Interpol em Pernambuco, em 1º de setembro deste ano.
Havia uma pista para permitir o início das investigações, já que a mãe de criança tem parentes em Pernambuco.
No dia 6 de outubro, as equipes da PF descobriram que a mulher tinha voltado para a Europa, sendo abordada pela polícia portuguesa no Aeroporto de Lisboa, em Portugal.
Segundo a PF, ela alegou que tinha deixado o menino com a sua mãe, a avó materna da criança. Disse também para as autoridades portuguesas que estava a caminho da Suíça para “tentar renovar o passaporte da criança e resolver questões pessoais com o ex-marido”.
As investigações levaram a PF até a casa de uma tia do menino, em candeias, bairro de Jaboatão dos Guararapes.
Também na nota, a Polícia Federal informou que a autorização para a criança voltar para a Europa foi expedida pela Justiça pernambucana no dia 10 de dezembro. O menino viajou com um primo brasileiro.
O g1 perguntou para a PF o que aconteceu com a mãe da criança. Segundo a corporação, a Justiça brasileira "entendeu que por ela ter deixado a criança com os parentes não houve abandono de incapaz".
Entretanto, na Suíça, onde a mulher está atualmente, será preciso aguardar a Justiça se pronunciar sobre o caso, já que ela saiu daquele país de forma irregular.
A operação foi batizada de Domiduca. A PF disse que, na mitologia romana, a deusa Domiduca (Adeona) protege as crianças no caminho de volta à casa dos pais.