A Polícia Federal vai utilizar fotos e vídeos para identificar as pessoas que invadiram o Condomínio Solaris e o apartamento de cobertura triplex atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Houve arrombamento de portas e moradores foram hostilizados, segundo apuração prévia do órgão.
Aproximadamente 50 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo ocuparam o imóvel após invadir o edifício, localizado na orla da Praia das Astúrias, na segunda-feira (16). Eles permaneceram no apartamento por cerca de quatro horas e o deixaram após negocião com policiais militares.
A delegada da Polícia Federal Luciana Fuschini abriu inquérito no mesmo dia por "esbulho possessório", quando há uma invasão violenta feita por um grupo a um bem. O caso é atribuição do órgão, pois o triplex foi confiscado pela Justiça durante as investigações da Operação Lava Jato, que condenou Lula, e vai a leilão.
Luciana ouviu cinco moradores e o segurança do edifício. Segundo apuração da delegada, conforme informações da perícia e dos policiais que atenderam o caso, houve invasão uma vez que os manifestantes arrombaram o portão da garagem e, em seguida, a porta do apartamento que ficou ocupado durante a manhã.
Constatou-se, também, que houve tumulto e baderna, e que os condôminos foram hostilizados e ridicularizados pelos manifestantes. Foram recolhidas imagens e áudios gravados pelos próprios moradores, além de vídeos das câmeras de monitoramento do condomínio, que flagraram a movimentação do grupo durante a ocupação.
Os advogados dos dois movimentos se apresentaram na Delegacia da PF, mas não indicaram os envolvidos no ato. "Todas as imagens vão ser analisadas, e as pessoas nelas serão identificadas, para que possam ser responsabilizadas", afirmou a delegada, que também aguarda os laudos da perícia sobre todos os danos ocasionados.