Balanço divulgado pela Polícia Militar na manhã deste sábado (14) mostra que 145 pessoas foram presas desde o dia 3 de janeiro na região da Cracolândia, no Centro de São Paulo, durante a Operação Centro Legal. Do total de detidos, 105 foram presos por delitos diversos e 40 são foragidos da Justiça.
No total, a PM realizou 4191 abordagens e apreendeu 1,662 kg de crack, 9,967 kg de cocaína e 16,973 kg de maconha - mais de 28 kg de drogas. Segundo o balanço da corporação, 878 pessoas foram encaminhadas para abrigos e 101 toneladas de lixo foram recolhidas das ruas da região central de São Paulo.
Desde o início da operação, 212 pessoas foram encaminhadas para serviços de saúde, 80 foram internadas e nove pessoas foram encaminhadas para hospitais.
A partir da semana que vem, o Ministério Público ouvirá os envolvidos na operação. Nesta sexta-feira (13), houve uma reunião entre promotores, o comando da PM e representantes das secretarias municipais e estaduais de Saúde, Assistência Social e Justiça.
No encontro, que durou cerca de cinco horas, os promotores questionaram a eficiência da ação. Eles argumentaram que seu inicio foi precipitado, já que o complexo da Rua Prates para atender os usuários ainda não foi inaugurado. O comandante da corporação disse que a estratégia não será modificada.
Na manhã desta sexta, policiais chegaram a ocupar as ruas Helvétia e Barão de Piracicaba para dispersar os usuários que se aglomeravam no meio da via,
Inquérito
Na terça (10), o MP abriu um inquérito civil para investigar a operação. O governo de São Paulo disse que as ações vêm sendo planejadas em conjunto há pelo menos três meses.
De acordo com os promotores, não houve desde 2009, quando um inquérito civil já havia sido instaurado por ocasião do Projeto Nova Luz, da Prefeitura, nada que justificasse uma operação desse tipo na região. ?Essa operação põe por terra todo esse projeto, que prevê programas sócio-assistenciais e de saúde, que vinha sendo gestado. O Ministério Público não concorda com essa operação, porque o tráfico é uma questão de polícia, mas dependência química, não?, disse o promotor Eduardo Valério, de Justiça de Direitos Humanos - Inclusão Social.