A cabo Vaneza Lobão, vítima de uma emboscada fatal na sexta-feira (24), teve uma breve atuação de apenas um ano e meio no setor dedicado à investigação de milicianos, onde foi condecorada por sua "lealdade". Nesse período, destacou-se ao concluir um curso para cabo com a nota máxima de 10.
Sua trajetória na Polícia Militar iniciou em abril de 2022, quando ingressou na 8ª DPJM (Delegacia de Polícia Judiciária Militar), responsável por investigações envolvendo quadrilhas de milicianos e o jogo do bicho, conforme documento obtido pelo UOL. Antes dessa designação, Vaneza havia realizado um curso interno de inteligência na PM em 2018, embora sua atuação até então fosse em batalhões convencionais.
No curto período em que esteve na 8ª DPJM, aproximadamente um ano e meio, Vaneza Lobão demonstrou um desempenho destacado. Recebeu o distintivo "Lealdade e Constância" das mãos do comandante-geral da PM, por recomendação do chefe de sua unidade. Antes dessa função, ela havia patrulhado corredores importantes, como Avenida Brasil, Linhas Amarela e Vermelha, enquanto estava lotada no BPVE (Batalhão de Policiamento de Vias Especiais).
Em junho deste ano, a cabo Vaneza alcançou a pontuação máxima, 10, ao concluir um curso de qualificação para cabos da PM, destacando-se entre os 45 participantes com essa conquista entre os quase 6 mil envolvidos no curso.
Etenda o caso
Nesta sexta-feira à noite, no Rio de Janeiro, uma policial militar que trabalhava em um setor dedicado à investigação das milícias foi vítima de uma emboscada fatal. A vítima, Vaneza Lobão, de 31 anos, foi assassinada a tiros de fuzil em frente à sua residência, localizada em Santa Cruz, zona oeste da capital fluminense.
Segundo informações, o bairro é conhecido por ser um dos principais redutos da organização criminosa e monitorado pela políca, liderada por Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, que estabeleceu uma aliança neste ano com o Comando Vermelho (CV), intensificando uma violenta disputa no cenário do crime organizado.
Testemunhas relataram que homens encapuzados fugiram em um veículo preto. Vaneza exercia suas funções na 8ª DMPJ (Delegacia de Polícia Judiciária Militar), uma unidade vinculada à Corregedoria da PM especializada em investigar milicianos e contraventores.
Diante do ocorrido, a Polícia Militar do Rio de Janeiro emitiu uma nota de luto, informando que a cabo atuava como policial desde o ano de 2013.