A prisão do soldado da PM Jairo Pereira da Silva, na última quarta-feira (18), pode levar a Polícia Civil a esclarecer vários assassinatos misteriosos na Zona Oeste da Capital e descobrir a atuação de mais um grupo de extermínio em Fortaleza. O militar, que está sob Licença para Tratamento de Saúde (LTS), há mais de um ano, foi preso, em flagrante, na tarde de quarta-feira, juntamente com seu comparsa Jarbson Gomes de Almeida. Os dois foram flagrados em um carro roubado e que tinha placas ´clonadas´.
Jairo e o comparsa foram abordados por uma patrulha da Força Tática de Apoio (FTA) da 3ª Companhia do 5º BPM (Pirambu), na Avenida Francisco Sá, na Barra do Ceará. Os dois homens trafegavam em atitudes suspeitas no Fiesta prata, com placas ´frias´ HXR-5452 (CE). O veículo havia sido roubado em Pacajus.
Flagrante
Quando os policiais da FTA fizeram uma vistoria no carro e busca pessoal nos dois suspeitos, acabaram encontrando com eles uma pistola calibre Ponto 40 (de uso restrito da Polícia, em serviço), uma balaclava (máscara), munição, um canivete, além de telefones celulares. Eles foram levados para o 7º DP (Pirambu).
O PM Jairo já vinha sendo investigado pela Polícia há, pelo menos, dois meses. Pesa sobre ele e seu comparsa a suspeita de terem seqüestrado e assassinado um homem. O caso aconteceu na manhã do dia 12 de fevereiro último, na Rua Grito de Alerta, na Colônia. A dupla invadiu uma casa e arrastou dali o jovem Rafael Martins de Sousa, 25, acusado de pequenos delitos no bairro.
Gritando que era ´a Polícia´, Jairo e o comparsa colocaram Rafael no porta-malas de um veículo prata, possivelmente um Gol. Os moradores testemunharam a ação e reconheceram o soldado Jairo, que é muito conhecido na Colônia e no bairro Pirambu.
Cerca de uma hora depois, o corpo de Rafael foi encontrado, crivado de balas, em um terreno na localidade de Timbaúba, distrito de Matões, no Município de Caucaia. Para a Polícia, a execução sumária de Rafael pode ter sido ´encomendada´.
Anteontem, ao ser cercado pela PM, o soldado e seu comparsa estariam à procura de outra pessoa para seqüestrá-la e matá-la, conforme apurou a investigação. Jairo já está recolhido no Presídio Militar. Ele e o comparsa já possuem antecedentes criminais.