São Paulo (SP) - O policial militar Thiago Cesar de Lima, preso por agredir e matar a tiros a esposa Erika Satelis Ferreira no último domingo, 3 de novembro, já foi acusado pela ex-mulher, a qual é mãe do filho dele, por agressão, ameaça e estupro. Os crimes teriam ocorrido no ano passado na cidade de Franco da Rocha.
Em 18 agosto de 2022, a ex-esposa registrou boletim de ocorrência contra Thiago na delegacia da cidade por lesão corporal, ameaça e estupro, no contexto da violência doméstica. A vítima pediu medida protetiva à Polícia Civil contra Thiago baseada na Lei Maria da Penha. A Justiça concedeu o benefício para a mulher, proibindo o PM de se aproximar a menos de 100 metros dela e de sua família.
O relacionamento durou oito anos e resultou em violência física e sexual. Em depoimento, a mulher relatou episódios de agressões, ameaças e estupro, inclusive sob o efeito de cocaína. O inquérito policial desse caso foi arquivado em novembro de 2022, e a Justiça confirmou o arquivamento em março de 2023.
"Houve diversos conflitos, os quais desencadeavam-se em ameaças, lesões corporais e estupros constantes", diz um trecho do depoimento da ex-mulher de Thiago.
Além disso, as acusações contra Thiago constam no inquérito policial que investiga o soldado pelo assassinato da atual esposa, morta na madrugada do último domingo (3) em Perus, na Zona Norte de São Paulo. O soldado da PM acabou indiciado por feminicídio - homicídio que envolve "violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher".
Uma câmera de segurança de um imóvel na Rua Bananalzinho gravou o momento em que o soldado da PM, que estava de folga e sem uniforme, dá pelo menos cinco socos no rosto de Erika e depois atira duas vezes no peito dela, que cai no chão. Ele confessou ter atirado na esposa, mas alegou que ela havia tentado pegar sua arma e por isso disparou. Mas não é isso o que as imagens mostram.
Atualmente ele está preso no Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte. A Justiça converteu a prisão em flagrante dele em preventiva, para que fique preso por tempo indeterminado até que seja julgado pelo crime.