Polícia apura se esquartejado foi vítima de vingança de ex-namorada

Eles já concordaram em fazer exame de DNA para ajudar na identificação.

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O mistério sobre o crime em Higienopólis, na região central de São Paulo, onde membros de um corpo esquartejado foram encontrados em um carrinho de feira, começa a ser desvendado pela polícia, informou o SPTV. Uma família, que tem um parente desaparecido, já fez exames de DNA para ajudar na identificação do corpo e deu à polícia pistas do que pode ter provocado essa morte cruel.

A principal linha de investigação é que tenha sido um crime por vingança, com a participação de várias pessoas. A família de um homem, de 50 anos, procurou a polícia na segunda-feira (31). Os parentes disseram que ele desapareceu no dia 22 de março. Um dia depois, partes de um corpo foram encontrados em Higienópolis.

Na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os parentes viram a foto da reconstituição feita por computador da cabeça deixada por um homem no meio da Praça da Sé, na última quinta-feira (27). Segundo a polícia, a família apontou que há semelhanças com o desaparecido e por isso concordou em fazer o exame de DNA.

A família também contou para a policia que o homem se encontrava com uma mulher, no Centro da cidade, e que tinha decidido acabar com o relacionamento. Os parentes suspeitam que a mulher, inconformada com o fim dos encontros, possa ter encomendado o assassinato e armado uma emboscada para se vingar dele. Ela ainda não foi identificada.

A polícia procura outros dois suspeitos: o que foi visto puxando um carrinho de feira em Higienópolis e o que aparece em gravações do sistema de videomonitoramento da GCM deixando a cabeça na Praça da Sé.

Pela comparação dos cortes e pelo tipo sanguíneo, o Instituto Médico Legal (IML) já concluiu que a cabeça e o corpo são da mesma pessoa. Falta só o exame de DNA.

Os exames que vão revelar se a vítima é o parente desaparecido da família que cedeu material genético devem ficar prontos em 20 dias.

Cabeça

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Delegacia Geral de Polícia (DGP) infomou que a fotografia de uma pessoa desaparecida "guarda semelhança com a cabeça localizada na Praça da Sé". Por esse motivo, "equipes de investigação solicitaram a presença da família do desaparecido para obter mais detalhes".

Ainda segundo a DGP, "por ética, a imagem da cabeça, bastante deformada, não foi apresentada à família, evitando maior sofrimento àquelas pessoas".

Além da cabeça, encontrada na quinta-feira passada, a polícia achou em março outras partes humanas que pertencem à mesma pessoa, possivelmente um homem, segundo divulgou recentemente a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo. Mesmo assim, as partes serão levadas para um tomógrafo, que gera imagens de alta qualidade e poderá comprovar se a área do pescoço se encaixa com a cabeça e o tronco.

O crime

O tronco, os braços e as pernas do indivíduo morto foram encontrados dentro de sacos plásticos no dia 23 de março. As partes do corpo foram deixadas em torno do Cemitério da Consolação, em Higienópolis, bairro nobre da capital paulista.

O caso é investigado pelo DHPP como assassinato, mas nem a vítima nem o assassino foram identificados ainda.

Imagens gravadas por câmeras de segurança públicas e privadas estão sendo analisadas para ajudar a polícia a identificar quem deixou os sacos plásticos com o corpo esquartejado. Algumas cenas mostram dois suspeitos com sacos perto da Sé e da Consolação, mas não foi possível identificá-los devido à má qualidade das gravações.

Como o corpo foi achado enrolado em um vestido vermelho, a polícia investiga se o homem seria um travesti. Para dificultar a identificação do corpo, a bacia, os órgãos genitais e as pontas dos dedos foram ocultados e continuam desaparecidos.

Quem tiver informações sobre algum suspeito de ter cometido o crime pode ligar para o Disque-Denúncia, no número 181. Não é preciso se identificar.

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