A Divisão de Homicídios investiga informações de que Luana Rodrigues de Sousa, de 20 anos, trabalharia para o tráfico como "mula", fazendo o transporte de drogas da Rocinha para outras favelas da mesma facção criminosa. A jovem, que está desaparecida desde o último dia 9 , teria sido morta por ter "traído a confiança" da quadrilha do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, segundo um policial.
A polícia recebeu informes de que Luana levava drogas da Rocinha para o Morro de São Carlos, no Estácio, até a favela ser pacificada, em fevereiro. Depois, teria continuado a trabalhar para o grupo de Nem transportando drogas para outras favelas. O tráfico usaria Luana porque a boa aparência dela não despertava suspeitas da polícia, que investiga agora o que a jovem fez para desagradar ao tráfico.
A polícia ainda não descartou a hipótese de ela ter sido morta por ter delatado a um policial militar, com o qual também manteria um romance, a existência de uma grande quantidade de maconha na favela, que seria levada para Macaé. No mês passado, a polícia estourou uma casa que servia de depósito para 2,5 toneladas da droga. Luana, então, teria passado a ser a suspeita número um pelo vazamento da informação. Desavisada da desconfiança, a jovem atendeu a um chamado de um traficante da Rocinha e, no dia 9, quando desapareceu, foi até o morro para "um desenrolo", como disseram amigos dela.
A outra jovem desaparecida, identificada como Andressa, mas desconhecida ainda pela polícia, teria sido assassinada por queima de arquivo, por ter acompanhado Luana até o encontro com os traficantes. Também há informações de fontes na Vila Canoas, onde a jovem morava com os pais, de que outras duas mulheres e um rapaz homossexual também desapareceram no mesmo episódio. A polícia não confirma esta versão.
No fim de semana, agentes da Divisão de Homicídios estiveram na Rocinha em busca dos corpos das duas jovens desaparecidas. As buscas se concentraram na localidade conhecida como Cachopa, onde foi encontrada a droga e onde Luana tinha um namorado traficante. Nem conseguiu escapar mais uma vez.