Quarenta e um inquéritos, que investigam a participação de pelo menos 146 pessoas nos atos de vandalismo e outros crimes cometidos durante as manifestações ocorridas em junho em Belo Horizonte, estão tramitando na Polícia Civil de Minas Gerais. Os suspeitos foram identificados a partir de imagens fotográficas e de vídeo, além da troca de informações feitas entre a equipe encarregada das investigações, Polícia Militar e policiais de delegacias da região metropolitana.
Segundo o chefe do 1º Departamento da Polícia Civil, delegado Anderson Alcântara, que coordena a força-tarefa responsável pelas investigações, os outros 14 inquéritos já concluídos e encaminhados à Justiça pedem o indiciamento de 30 pessoas por crimes como dano ao patrimônio, lesão corporal, roubo e pichação.
?Como a lei determina que pessoas presas em flagrante fiquem detidas por até dez dias, nós relatamos os fatos à Justiça solicitando a conversão das prisões para preventivas, para que possamos manter os suspeitos à mercê do aprofundamento das investigações?, disse Alcântara.
Dos 41 inquéritos em andamento, 21 estão a cargo da equipe do delegado Hugo e Silva, da Regional de Venda Nova. Um deles apura as circunstâncias em que Douglas Henrique Oliveira Souza caiu do viaduto José Alencar, morrendo em seguida. Os outros focam nos responsáveis pelo ataque a 20 pontos comerciais da Avenida Antônio Carlos. ?As investigações já envolvem pelo menos 60 pessoas, mas ainda podemos chegar a outros criminosos?, adiantou o delegado.
Já a delegada Gislaine de Oliveira Rios trabalha em outros 20 inquéritos, com 80 suspeitos. Outras cinco pessoas tiveram prisão preventiva decretada após as primeiras investigações da Polícia Civil, que tenta cumprir o mandado de prisão de um sexto envolvido. ?Entre os manifestantes havia os vândalos, mas verificamos também os criminosos que se aproveitaram da ocasião para roubar, saquear e cometer outros crimes?, explica a delegada.
Além desses inquéritos, as ocorrências com participação de adolescentes resultaram no indiciamento de 13 adultos por crimes como dano ao patrimônio, lesão corporal, corrupção de menores, roubo e pichação. Os 29 adolescentes apreendidos em flagrante durante as manifestações continuam cumprindo as medidas determinadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).