Polícia confirma que aborto foi pago com bolsa família

Crime custou R$ 290 à mulher grávida; R$ 90 foram pagos com benefício

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A Polícia Civil de Aracaju, em Sergipe, confirmou que uma mulher recebeu R$ 90 do cartão do Bolsa Família como parte do pagamento de um aborto que realizou. Ela mesma sacou o dinheiro com o cartão da mulher grávida. Aracaju foi uma das cidades que recebeu uma equipe da Secretaria Nacional de Comunicação Social da Presidência da República que coletou imagens e depoimentos de beneficiários do Bolsa Família que serão usadas em um vídeo institucional sobre como o programa mudou a realidade de famílias carentes.

De acordo com o delegado André Luís Gouveia da Silva, que investiga o caso, a mulher que fez o aborto recebeu R$ 290 da grávida. O dinheiro, segundo ele, foi usado para comprar um remédio para gastrite usado ilegalmente como abortivo. As duas foram presas e já foram liberadas. Elas serão indiciadas por fazer o aborto, artigo 122 do Código Penal, e por promover o aborto em si mesma ou consentir que outra o faça, conforme o artigo 124.

- O que preciso descobrir é onde ela conseguiu o remédio. O crime é o aborto, não o uso do cartão.

Silva deve concluir o inquérito nos próximos dez dias. Ele ainda pretende ouvir mais quatro pessoas que teriam participado do enterro do feto, no último dia 19.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Vida de Aracaju começou a investigar se o cartão do Bolsa Família foi usado porque estava com a suspeita que teria ajudado no crime. O aborto no Brasil só é legalizado para vítimas de estupro ou por má formação do feto, neste caso com autorização Judicial.

O feto, uma menina de cinco meses, estava em uma caixa de sapato. Na ocasião as quatro pessoas presentes foram presas, entre elas a irmã da suspeita de ter abortado, mas foram liberados em seguida. Eles podem responder por ocultação de cadáver.

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