Polícia desmonta bingo em condomínio de luxo no CE

Paraense alugou um apartamento por R$ 3,5 mil mensais e fez do lugar um ponto de jogatina com 15 máquinas

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Uma denúncia seguida de rápida investigação levou a equipe da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), sob o comando do delegado Jaime Paula Pessoa Linhares, a fechar mais um bingo que funcionava clandestinamente em Fortaleza(CE). A novidade desta última ação policial é que o bingo havia sido montado em um dos apartamentos de um condomínio de luxo no bairro Meireles, zona nobre de Fortaleza.

Era no apartamento 401 do Edifício ´Sollaris´, situado na Rua Oswaldo Cruz, 201, a dois quarteirões da Avenida Beira-Mar, onde o paraense José Alves de Oliveira Neto, o ´Cabeça´, havia montado o ponto da jogatina. Nos dois quartos e na sala do apartamento - alugado por R$ 3,5 mil ao mês - estavam instaladas 15 máquinas de videobingo. Os apostadores só tinham acesso depois de pronunciar uma senha na portaria do prédio luxuoso.

Polícia

Mas, na manhã de ontem, os inspetores da DDF conseguiram localizar o bingo e confirmaram a denúncia. No momento em que os inspetores chegaram no apartamento 401 do ´Sollaris´ não havia apostadores, somente um homem que se identificou como amigo do paraense.

Felipe Augusto Mendes Cardoso, pernambucano, afirmou para os policiais que comercializa roupas e estava ali para vender uma calça ao amigo ´Cabeça´. "Ele saiu e pediu que eu ficasse aqui esperando, pois voltaria logo do supermercado", contou o rapaz.

Não demorou muito e o ´dono´ do bingo apareceu, sendo imediatamente detido pela equipe do delegado Jaime Linhares. "Tu de novo?", indagou o delegado ao reconhecer o homem que havia montado o bingo no condomínio de luxo. Linhares Tinha razão para o espanto, pois esta foi a terceira vez nos últimos meses que José Alves de Oliveira, o ´Cabeça´, acabou preso pelo mesmo motivo. "Doutor, não fique com raiva de mim... É que só sei fazer isto", retrucou o acusado.

A Polícia pediu a presença da Perícia Forense no local para examinar os equipamentos. As 15 máquinas foram periciadas, lacradas e confiscadas. O titular da DDF não escondeu a sua frustração ao informar à Reportagem que, mesmo já tendo sido apanhado três vezes praticando a mesma atividade ilícita, o paraense deverá responder apenas a mais um Termo Circunstanciado de Ocorrência (T.C.O.) e permanecerá livre para instalar um novo bingo ilegal em qualquer ponto do País.

O funcionamento de bingo clandestino é considerado no Brasil uma contravenção penal, punida com pena inferior a dois anos de prisão (equivalente a crime de menor potencial ofensivo) e, nesta situação, a Polícia só pode lavrar um T.C.O. e encaminhá-lo ao Juizado Especial.

"Este trabalho só não é ainda mais frustrante porque a apreensão das máquinas causa prejuízo ao crime organizado", disse o titular da DDF.

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