A polícia divulgou no fim da manhã desta quarta-feira (25) as fotos de quatros suspeitos de participar do assassinato da soldado Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, na comunidade Nova Brasília, no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. A PM foi morta na noite de segunda (23), durante um ataque de criminosos à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
De acordo com a polícia, os suspeitos foram identificados como Regis Batista, conhecido como "RG", Ilan Sales, o "Capoeira", Alan Montenegro, o "Da Lua", e Fernando Batista, o "Alemão", como mostrou o RJTV. O Disque-Denúncia já recebeu 31 ligações sobre a identidade dos criminosos que participaram do ataque à UPP.
Fabiana foi baleada no peito e foi socorrida pelos colegas. Ela chegou a ser levada para um posto médico dentro da própria comunidade, mas não resistiu. A soldado, que estava na polícia havia pouco mais de um ano, era solteira e não tinha filhos. Um cinegrafista amador registrou o momento da troca de tiros. Nas imagens, é possível ouvir o barulhos dos disparos.
O corpo da policial foi enterrado nesta manhã, no Cemitério do Riachuelo, no município de Valença, no interior do estado.
Patrulhamento reforçado
Após o ataque, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), que faz buscas aos criminosos nesta terça-feira (24), informou que vai patrulhar a região por tempo indeterminado. Por volta 11h30, três suspeitos foram detidos, um deles menor de idade, por homens Bope. Eles foram levados para a 21ª DP (Bonsucesso). Os dois maiores possuem antecedentes criminais.
O policiamento foi reforçado em todo o entorno do Alemão. Circulam pelas principais vias da região patrulhas do 16º BPM (Olaria) e do 22º BPM (Maré). No interior da favela, homens do Bope vasculham ruas e becos atrás dos criminosos.
O coordenador das UPPs, coronel Rogério Seabra, disse, na manhã desta terça, que os coletes à prova de balas usados nas unidades não seguram tiro de fuzil.
Segundo ele, os policiais das UPPs usam equipamentos adequados para ações cotidianas. Mas o oficial nega que ocorram mudanças no trabalho das UPPs daqui em diante.
Aumento de 50% na gratificação a PMs de UPPs
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou nesta quarta-feira (25), em visita ao conjunto de favelas do Alemão, que vai aumentar em 50% a gratificação que o município paga para policiais das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Paes disse que esse aumento, de R$ 500 para R$ 750, já tinha sido discutido com o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e que a morte da soldado Fabiana Souza foi emblemática para corroborar a decisão.
Segundo o prefeito, com o aumento da gratificação, a Prefeitura vai gastar mais R$ 15 milhões por ano. Atualmente, o município arca com uma despesa de R$ 30 milhões com o pagamento aos policiais.
"Essa é uma despesa que a cidade vai pagar feliz, porque é o custo da paz e da tranquilidade. Esses policiais representam muito para a cidade. Temos uma enorme gratidão com eles. Eles representam o Rio que a população quer", disse Paes.