Quatro pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil por participar do evento em que o lutador Jonas Carvalho Filho morreu após uma luta de boxe, no dia 24 de abril, em Teresina. Os indiciados se tratam de dois enfermeiros, um radiologista e um fisioterapeuta.
De acordo com a polícia, essas pessoas, por serem da área da saúde, tinham a obrigação de saber que o evento não deveria ocorrer, pois nenhum órgão autorizou e promovia aglomeração. Anteriormente, a Federação Piauiense de Boxe informou que o evento era clandestino.
Ao todo, 20 pessoas foram ouvidas no inquérito policial até o momento. Segundo a polícia, além dos profissionais de saúde, podem ser indiciados os organizadores do evento e o lutador adversário, caso seja confirmada a morte por traumatismo craniano. Eles ainda não foram ouvidos pela polícia.
Entre os interrogados, a polícia ouviu depoimento da médica que atendeu o lutador ao chegar ao Hospital do Buenos Aires. Ela afirmou ter passado cerca de 40 minutos tentando reanimar a vítima, que foi entubada, mas teve duas paradas cardíacas e morreu.
O inquérito ainda indica que os organizadores do evento tentaram esconder que o evento funcionou de maneira clandestina, informando aos policiais que trabalhavam no hospital que a vítima se machucou durante um acidente de moto e logo após afirmando que havia sido em um treino.
O caso
O lutador sofreu vários golpes na região da cabeça e veio a óbito após sofrer uma parada cardíaca no hospital do Buenos Aires no dia 24 de abril.
A reportagem obteve acesso às imagens do momento em que o lutador é atendido ainda no ringue e é levado às pressas ao hospital. Pelos vídeos é possível perceber uma aglomeração no local, em detrimento aos protocolos sanitários previstos contra a Covid-19. A organização explicou que choveu durante a luta e muitas pessoas precisaram se abrigar e um local mais fechado perto do ringue.