Cinco seguranças e dois ex-funcionários de um supermercado de Canoas, no Rio Grande do Sul, foram indiciados, na manhã desta quinta-feira (15), pelos crimes de tortura e extorsão. Eles são acusados de sequestrarem e torturarem dois homens suspeitos de furtar pedaços de picanha no estabelecimento comercial na cidade.
De acordo com a Polícia Civil, responsável pela investigação do caso, entre os indiciados há três policiais militares que trabalhavam como seguranças no local: o primeiro-tenente da reserva Gilmar Cardoso Rodrigues, e os soldados em estágio probatório Gustavo Henrique Inácio Souza e Romeu Ribeiro Borges Neto, lotados no 20º Batalhão da Polícia Militar.
Os dois ex-funcionários são Adriano Dias, que ocupava o cargo de gerente, e Jairo da Veiga, subgerente do supermercado, ligado à rede Unisuper. Os outros dois indiciados não tiveram o nome revelado. As informações são do g1 RS.
ENTENDA O CASO
De acordo com a polícia, as duas pessoas que foram torturadas teriam furtado dois pacotes de picanha, com custo de R$ 100 cada, e foram flagradas pela equipe de segurança do local. Após o flagrante, a dupla passou por uma sessão de tortura, sendo agredida por 45 minutos. As vítimas são dois homens, de 32 e 47 anos, sendo um negro e outro de pele branca.
Ainda conforme a polícia, 31 câmeras de segurança gravaram o que aconteceu dentro do supermercado e também no depósito onde as vítimas foram agredidas. Após a denúncia, os policiais foram até o estabelecimento coletar as imagens, mas perceberam que os arquivos haviam sido deletados logo que os agentes entraram no local. No entanto, a perícia recuperou as imagens.
A Polícia Civil confirmou que a Glock Serviços de Portaria é de propriedade da esposa de um policial militar. Já a Polícia Federal (PF) diz que a empresa atuava "de modo totalmente irregular" em atividades de segurança privada. A partir disso, foi aberto um processo administrativo de encerramento das atividades da empresa, que pode resultar na cassação do registro de seu CNPJ.