Polícia indicia suspeitos de matar PM com 22 tiros durante baile funk

Após depoimentos, indiciados serão liberados por falta de auto de prisão.

Polícia indicia suspeitos de matar PM com 22 tiros durante baile funk | Reprodução / Facebook
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Quatro pessoas foram indiciadas nesta terça-feira (8) suspeitas de terem envolvimento no assassinato do policial militar Leandro do Nascimento Carvalho, morto em um baile funk que acontecia todos os fins de semana em São Vicente, no litoral de São Paulo. Dos quatro suspeitos, dois foram levados para a delegacia para prestar depoimento, a mulher que teria ligado para o policial combinando de se encontrarem no evento e um homem, apontado como tesoureiro do tráfico no bairro.

A polícia afirma que chegou aos suspeitos depois de investigar a mulher, de 29 anos, que seria garota de programa e motivadora da morte de Leandro. Segundo as investigações, o crime pode ter sido causado por ciúme, já que o suposto mandante do assassinato seria amante da jovem, que se relacionava com o policial morto e também com seus dois amigos, um ex-sargento e um guarda municipal.

A outra razão seria uma ação policial que aconteceu horas antes em Cubatão (SP), quando duas pessoas envolvidas com o tráfico no bairro Vila dos Pescadores foram mortas por equipes das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), da Tropa de Choque e do Comando de Operações Especiais (COE), vindos de São Paulo atrás de criminosos.

Entre os indiciados estão Wagner Domingues, conhecido como "WD", apontado pela polícia como tesoureiro de uma facção criminosa de São Paulo; e Jailton Trindade, chamado de "Bebê", que segundo as investigações é gerente de drogas na comunidade Sambaiatuba, onde acontecia o baile. Dele teriam partido os três primeiros tiros dos 22 que atingiram a vítima. Outro homem, Cleiton da Silva, conhecido como "Pepe", também está sendo procurado.

Wagner foi preso no apartamento da indiciada, no bairro Caiçara, em Praia Grande. Com ele, a polícia encontrou arquivos e papéis com números que seriam do movimento do tráfico, referente a um mês de renda. Entre as somas, há valores que ultrapassam R$ 1 milhão.

Para a polícia, a morte de Leandro já estava sendo planejada no momento em que a mulher marcou de se encontrar com ele no evento. O carro encontrado também seria uma das provas de que já havia a intenção de queimar o corpo, uma vez que fora encontrado um galão de combustível dentro dele.

Segundo a mulher, ela e Leandro não tinham relações íntimas, apenas eram amigos, assim como o ex-sargento da Aeronáutica, Denis dos Santos Pedroso, que foi baleado no pescoço, e o guarda municipal que conseguiu escapar das agressões.

O suposto tesoureiro do tráfico disse que não estava no local na hora do crime, o que, segundo a polícia, contradiz a investigação. Após os depoimentos, os indiciados serão liberados, porque, segundo a polícia, não havia ninguém no Fórum da cidade que pudesse autorizar a prisão dos suspeitos.

Familiares do policial morto estavam desde o início da manhã na delegacia, acompanhando as investigações. Pai e irmão de Leandro estavam inconformados com a possibilidade dos indiciados saírem ainda esta noite, após os depoimentos.

O caso

O policial Leandro do Nascimento Carvalho foi morto na madrugada do último sábado (5), em um baile funk na comunidade Sambaiatuba, em São Vicente. Segundo testemunhas, o militar foi morto com 22 tiros, além de pedradas e chutes. Após o crime, os suspeitos esquartejaram e atearam fogo ao corpo.

Outro rapaz, o ex-sargento da Aeronáutica Denis dos Santos Pedroso, foi baleado com um tiro na nuca e está internado em estado grave. Um terceiro homem que estaria com a dupla, um guarda civil municipal, conseguiu fugir.

O caso está sendo investigado no 2º Distrito Policial de São Vicente. Além disso, a polícia ainda informou que irá apurar as denúncias de venda e consumo de grandes quantidades de droga durante a festa.

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