A Polícia Técnico-Científica começa na manhã desta sexta-feira (25) o trabalho de investigação das possíveis causas da explosão de uma loja de fogos de artifícios no início da tarde desta quinta-feira (24). Uma das hipóteses que deverá ser averiguada é o fato de uma pessoa que estaria consertando uma antena no local ter partido algum fio elétrico, o que gerou faíscas, detonando desta forma a explosão. O acidente deixou dois mortos, 12 feridos e mais de cem desalojados.
Além do trabalho da perícia, os técnicos da Defesa Civil de Santo André, no ABC, iniciarão uma avaliação das residências e estabelecimentos comerciais nas proximidades para poder liberar a volta dos moradores para casa. Na noite de quinta, toda a região continuava com a energia cortada, por medida de segurança.
João Batista Camargo, diretor do órgão, afirmou que 30 casas foram isoladas. ?As casas serão avaliadas na manhã desta sexta-feira para saber quantas precisarão ser interditadas?, disse. O isolamento também foi pedido pela perícia da Polícia Técnico-Científica.
O Corpo de Bombeiros, por sua vez, anunciou que encerrou a busca por possíveis vítimas por volta das 20h30 desta quinta depois de uma minuciosa varredura nos escombros e destroços do que sobrou das edificações atingidas. O trabalho de retirada de escombros encerrou às 21h e será retomado na manhã de sexta-feira.
Já o delegado-titular do 3º Distrito Policial de Santo André, Alberto José Mesquita Alves, afirmou que prosseguirão as diligências para tentar localizar o proprietário do comércio de fogos de artifício. ?Ele não foi localizado, mas não sabemos se ele estava aqui, ou não. A informação é de que ele esteve e deixou o local. Agora estamos tentando localizá-lo até para que ele possa explicar?, afirmou.
Segundo o delegado, o proprietário pode ser responsabilizado pelo acidente. ?Ele pode responder pelos óbitos, que por enquanto são dois, por pelo menos 10 vítimas, mais os danos da explosão e pelo crime de perigo que ele causou?, afirmou o delegado.
Buscas
O acidente ocorreu no início da tarde, em um imóvel localizado na Rua Américo Guazelli. Outros imóveis e alguns veículos foram atingidos pelos destroços. Equipes do Corpo de Bombeiros de Santo André, da capital e de outras cidades participaram das buscas.
Os dois corpos foram identificados.Uma vítima trabalhava como faxineira na casa do dono da loja; o outro morto era parente do proprietário, que está desaparecido e era procurado pela polícia, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
A mãe do proprietário está internada no Centro Hospitalar de Santo André. Segundo a assessoria, a mulher passa bem e está em observação.
Alvará
A loja que explodiu não tinha permissão para funcionar, segundo a prefeitura da cidade. Em nota divulgada na noite desta quinta, a prefeitura informa que o pedido para funcionar foi indeferido no dia 14 de setembro e o proprietário, avisado sobre a situação do imóvel dois dias depois.
O dono do comércio entrou, em maio, com pedido para venda de fogos de artifício no varejo. Em junho, a prefeitura teria informado ao proprietário que precisava apresentar um novo Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros. Apenas com isso ele receberia o alvará de funcionamento.
?Como o requerente não apresentou (...), o pedido de funcionamento do comércio de fogos de artifício foi indeferido em 14 de setembro?, termina a nota.
Confusão
Mais cedo, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), afirmou que o proprietário do local onde ocorreu a explosão tinha alvará para comercializar fogos de artifício. No entanto, segundo ele, não havia autorização para fabricação desses produtos. A informação, porém, foi corrigida pela assessoria da prefeitura no início da noite.