A Polícia Civil de Minas Gerais está investigado um falso médico identificado apenas por Avéssio. Ele é suspeito de usar o nome e o registro do CRM (Conselho Regional de Medicina) de um médico para atender no pronto-socorro do hospital de Iraí de Minas, cidade a 469 km de Belo Horizonte, capital mineira. Segundo a investigação, Avéssio também atendia em esquema de plantão de 24 e 48 horas em hospitais de Corumbaíba e Catalão, no interior de Goiás.
A denúncia de que o falso médico estava atuando na região surgiu depois que Avéssio assinou um atestado de óbito de uma jovem de 16 anos com o nome do verdadeiro médico, em julho deste ano. O médico dono do registro registrou um boletim de ocorrência no município de Coluna (MG), depois de receber uma denúncia anônima dos fatos.
A Polícia Civil encontrou um perfil do falso médico no Facebook usando o nome do verdadeiro. Na página, constam os quatro hospitais em que ele prestava atendimento e que se formou no ano de 2000 na Universidade Federal de Uberlândia. O CRM do verdadeiro médico é de 2006. A polícia não informou há quanto tempo o homem praticava o exercício ilegal da medicina.
Na noite de terça-feira (4), os investigadores tentaram prendê-lo em flagrante no hospital de Iraí de Minas, mas ele conseguiu fugir quando percebeu a movimentação no local. Os policiais fizeram operações na região para tentar localizá-lo, mas sem sucesso.
Um médico, que trabalhou com o suspeito no hospital de Iraí de Minas, disse à reportagem do UOL Notícias que ficou surpreso quando soube do caso. ?A conduta e a postura dele dentro do hospital sempre foram de um médico verdadeiro. Ninguém desconfiava dele?, disse.
A Polícia Civil também investiga se a admissão de Avéssio no hospital de Iraí foi facilitada pela Secretaria Municipal de Saúde. O prefeito da cidade, Pedro Alberton, disse a um jornal local que irá colaborar com as investigações e, caso tenha ocorrido fraudes, os responsáveis serão punidos.
De acordo com a apuração da Polícia Civil, Avéssio é casado com uma médica residente em ginecologia no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU). Os contratos de atendimento nos plantões dos hospitais que ele atendia estavam em nome dela. A suspeita é de que a mulher estivesse intermediando a negociação para que o homem prestasse serviço nessas unidades.